O coordenador da comissão sindical do Tribunal Supremo, Domingos Feca, disse esta segunda-feira, 14, ao Novo Jornal que até ao momento não houve nenhum avanço no processo de negociação, por isso "a greve será um facto".

Domingos Feca avançou que os problemas são antigos e que a greve passada foi suspensa devido à promessa de que, em Janeiro último, seria efectivada "a tão almejada equiparação salarial", facto que não aconteceu.

Conforme o responsável, face ao incumprimento, os funcionários do TS convocaram uma assembleia-geral realizada no dia 26 de Março onde decidiram pelo levantamento da suspensão da greve.

"Vamos parar por duas semanas. O que nos inquieta é o silêncio das instâncias competentes, sabemos que o TS não pode muito, porque tem limitação, mas esse silêncio pode gerar outras interpretações", disse o coordenador sindical.

Segundo a Comissão de Instalação do Sindicato dos Funcionários do Tribunal Supremo (CISFJTS), na assembleia, os trabalhadores decidiram que a paralisação será feita de forma faseada a partir desde mês até ao mês Julho, caso o silêncio das instâncias competentes persista.

Assim sendo, o início da primeira fase da greve para este mês acontece de 21 a 01 de Abril, seguir-se-ão as semanas de 18 a 29, de 16 a 27 de Maio, de 13 a 24 de Junho e 18 a 29 de Julho, dependendo dos resultados das negociações que existirem.

A CISFJTS refere que a greve vai decorrer sob o lema "Sem os funcionários judiciais os juízes não trabalham" e "Não se faz Justiça na injustiça".

O objectivo da greve é a equiparação imediata dos salários dos funcionários do Tribunal Supremo com os demais tribunais superiores.

Domingos Feca disse que a greve visa exigir, entre outros, a equiparação do salário base, subsídios e regalias dos funcionários judiciais do Tribunal Supremo aos do Constitucional e de Contas, pagamento do subsídio de saúde e de alimentação e progresso na carreira.

Um dos exemplos avanaçados ao Novo JOrnal por Domingos Feca é o salário de um motorista do TS que aufere 50 mil Kz enquanto no TC ganha 200 mil Kz e ainda um auxiliar de juiz do Supremo ganha 500 mil enquando o mesmo cargo no TC ganha mais de um milhão.

Conforme Domingos Feca, "não se percebe até ao momento porque é que os funcionários do TS têm salários inferiores comparativamente aos dos funcionários dos restantes tribunais superiores como o Constitucional, de Contas e o Supremo Tribunal Militar".

"Infelizmente ganhamos o mesmo que os funcionários dos tribunais de primeira instância (os tribunais provinciais). O que eles oferecem em salários é o mesmo que nós ganhamos", explicou.