Os dados foram apresentados hoje, terça-feira, 30, em Luanda, pela direcção do FMJIG, numa sessão de lançamento da "Pesquisa sobre o Impacto da Violências Domestica na Vida da Mulher" que foi elaborada a partir de dados colhidos em cinco províncias.

A pesquisa, que teve uma duração de dois meses, incidiu sobre as cinco províncias de Angola com mais evidências de violência contra mulheres, nomeadamente, Lunda-Sul, Luanda, Benguela, Bengo e Huambo.

Um total de 568 mulheres, com idades compreendidas entres os 18 e nos 60 anos, responderam ao inquérito da organização, permitindo verificar que a violência psicologica foi a mais apontada, com 34 % dos casos, seguiu-se a agressão física, com 32%, o abandono familiar com 42%, mulheres sem abrigo, com 7%, e abuso sexual, com 3%.

Segundo resultados da pesquisa sobre o "Impacto da Violência Domestica na Vida da Mulher", estes actos são praticados, na maior parte das vezes, por familiares das vítimas, sobretudo os maridos.

Quantos às denúncias, muitas são as mulheres que, mesmo sofrendo a agressão, não apresentam queixa às autoridades.

Os dados divulgados pelo FMJIG revelam ainda que "o medo da reacção do agressor, dependência económica e reacção familiar", são os principais motivos que levam as vítimas a calarem-se diante desta situação.

A coordenadora do FMJIG, Milena da Costa, disse ao Novo Jornal que o objectivo dessa pesquisa foi elucidar a sociedade sobre os muitos casos de violência domestica que eles têm verificado e trabalhar para que menos casos se registem no País.

Sobre o método usado para esta pesquisa, a organização centrou-se na aplicação de inquérito a mulheres, pesquisas e análise de documentos já existentes sobre a questão em causa e também ouviu representantes de organizações da sociedade civil e pública.

Esta iniciativa visou ouvir mulheres de diferentes províncias com a finalidade de obter uma amostra sobre o tema analisado, contribuindo para uma melhor compreensão deste fenómeno e fornecendo bases para as instituições privadas e públicas possam desenhar estratégias para mitigar esta situação nas comunidades angolanas.

Na cerimónia de apresentação do estudo estiveram várias organizações que trabalham com mulheres e crianças em estado de vulnerabilidade, representantes de algumas igrejas do Pais e Jornalistas.