Este impulso vem dos EUA, onde a Reserva Federal voltou a admitir cortes nas taxas directoras para dar vigor à economia nacional, o que nunca deixa os mercados congelados visto tratar-se da maior economia global e o maior consumidor mundial de crude, além de maior produtor.
Mas não é apenas isso. Longo disso. Por detrás deste momento está ainda a ameaça, pouco noticiada, alias, nos media ocidentais, o que se percebe devido ao melindre, de um ataque norte-americano à Venezuela para deter e extraditar o Presidente Maduro para os EUA.
E esse risco cresce à medida que, segundo os media brasileiros e sul-americanos no geral, uma considerável armada dos Estados Unidos se aproxima da Venezuela, embora ainda em águas internacionais, embora ainda não exista um anúncio da iminência de uma eventual invasão.
Isto é relevante porque, apesar de a Venezuela ser hoje um pequeno exportador de meros 550 mil bpd em 2023, últimos dados conhecidos, devido às sanções dos EUA, o seu potencial, enquanto detentor das maiores, e apetitosas, reservas mundiais, com mais de 300 mil milhões de barris, é gigantesco.
Mas não é tudo. Há ainda a acrescentar incerteza aos mercados, e a agitar a fornalha, os ataques recentes da Ucrânia ao que resta da capacidade exportadora da Rússia via terrestre, com a destruição parcial do oleoduto de Druzha, que leva crude para a Hungria e a Eslováquia.
Além disso, os ucranianos atacaram ainda o terminal de Us-Luga, no Báltico, um dos últimos terminais de saída de gás russo para o exterior nesta região, o que, a par do ataque a Druzha, acrescenta risco de disrupção global.
Outro factor de risco para os mercados é o aparente descarrilar das negociações de paz na Ucrânia, com os esforços russos e norte-americanos, como a reunião da Alasca entre Putin e Trump, devido à clara sabotagem dos aliados europeus de Kiev, o que prenuncia a continuidade dos constrangimentos no escoamento da energia russa devido às sanções.
E é neste contexto que, perto das 15:00 desta segunda-feira, 25, o barril de Brent chegou aos 68,33 USD, mais 0,90% que no fecho de sexta-feira passada, o que vem aproximar o valor dos 70 USD com que Angola elaborou o seu OGE 2025.