Ao Novo Jornal, a Polícia de Trânsito assegurou que "o objectivo é garantir a segurança rodoviária e que haja protecção da integridade física do cidadão".
Entretanto, os automobilistas, sobretudo os da província de Luanda, dizem que os agentes de trânsito não estão a saber distinguir as infracções, pois muitas delas não são consideradas graves para aplicação de multas pesadas.
Ao Novo Jornal defendem que há infracções que não há necessidade de o agente aplicar multa e de pedir o re-exame do condutor.
Segundo os condutores, a polícia tem agido como se todos os motoristas do País cometessem sempre infracções gravíssimas.
Monteiro Adão, Ricardo Damião e Fábio Moreira, três condutores que foram autuados pela polícia, por mau estacionamento, asseguram que foram multados excessivamente.
Os três viram ser-lhes aplicadas multas acima dos 50 mil kwanzas e dizem não compreender porquê.
Afonso Domingos e Moisés Luís foram multados e obrigados a novo exame de condução por fazerem ultrapassagens irregulares.
Os dois viram ser-lhes passadas multas acima dos 120 mil kwanzas, e ainda assim terão de fazer novos exames de condução.
Na província do Bengo, Figueira Ngunza passou por cima de um cone e foi-lhe aplicada uma multa acima de 50 mil e também terá que fazer novos exames de condução.
Os taxistas dos azuis e brancos dizem ser os mais perseguidos pelos agentes reguladores, que não estão a ter piedade na aplicação de multas.
Segundo esta classe, para eles não há multa abaixo dos 50 mil, independentemente da infracção.
Ao Novo Jornal, o superintendente João de Sousa, chefe do departamento de transgressões, acidentes e peritagem da DTSER, disse que a Polícia está a aplicar os valores máximos nas multas para disciplinar os condutores.
Conforme João de Sousa, "as reclamações dos automobilistas não são cobertas de razão porque a Polícia de Trânsito tem a prorrogativa de aplicar o valor de multa do mínimo ao máximo".
Segundo João de Sousa, em função do número de infrações, indisciplina e de acidentes, a Polícia Nacional está a aplicar o valor máximo para as multas.
A DTSER diz que a prorrogativa é de lei e neste momento a polícia não está a ter contemplações porque quer garantir segurança nas estradas.
Ao Novo Jornal, o superintendente João de Sousa explicou que a Polícia de Trânsito aplicou esta medida devido ao número de acidentes e de mortes nas estradas do País.
Para a Polícia, os automobilistas não estão a respeitar o Código de Estrada, daí os agentes estarem agora a endurecer as medidas sancionatórias com o valor máximo.