A PN quer que a direcção nacional de logística imprima maior controlo na distribuição do armamento pelos órgãos da polícia nas suas unidades e comandos.
Para além de exigir maior rigor no controlo do armamento distribuído, o número 1 da Polícia Nacional, Francisco Ribas da Silva, também recomendou à direcção nacional de logística da PN para melhorar a dieta alimentar dos efectivos nas unidades.
Ao conferir posse ao novo director nacional da logística, no fim-de-semana, promovido recentemente pelo Presidente da República, João Lourenço, o comandante-geral pediu ao novo responsável que aposte na capacitação dos efectivos
Francisco Ribas sublinhou também que a reestruturação integra um programa que visa melhorar a qualidade da formação policial, "garantindo efectivos mais capazes, disciplinados e alinhados com as expectativas da sociedade".
Entretanto, nos tribunais militares, como apurou o Novo Jornal, vários são os casos de efectivos da PN julgados e condenados por extravio de meios militares, com realce para armas de fogo.
Em Abril deste ano, como noticiou o Novo Jornal, o Tribunal Militar da Região do Kwanza, na província do Cuanza-Norte, julgou e condenou um agente da Polícia Nacional (PN), afecto à Polícia de Intervenção Rápida (PIR), a uma pena de seis anos e seis meses de prisão efectiva, por roubar, em 2023, armamento da unidade, nomeadamente duas armas de fogo, munições e outros materiais militares, que depois comercializou.
Na província do Bié, como também noticiou o Novo Jornal, está em curso um julgamento de dois efectivos da Polícia, um afecto ao comando municipal do Bié e outro da 6º unidade da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), que estão a ser julgados pelo Tribunal Militar da Região Centro, por extravio e venda de cinco armas de fogo, do tipo AKM-47, por 150 mil kwanzas cada, a uma empresa de segurança privada em Luanda.
Na Polícia Judiciaria Militar (PJM), como aferiu o Novo Jornal, há muitos casos de efectivos detidos e a responderam a processos-crimes por desvio de armas de guerra.
De lembrar que no ano passado, o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República acusou a existência de efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA) e da Polícia Nacional, assim como de empresas privadas de segurança, que estarão a fornecer armamento a delinquentes que depois usam na execução de crimes diversos no País.
Francisco Pereira Furtado disse que das análises feitas dos relatórios de especialidades conclui-se que os recorrentes crimes que se cometem um pouco pelo País têm as Forças Armadas e a Polícia Nacional na sua origem.
Na ocasião, o ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do PR, disse que nenhuma empresa privada em Angola importa armas de guerra.
"Quando me refiro a armas de guerra, estou a referir-me a armas AKM, RPK, PKM ou pistolas orgânicas das Forças Armadas e da Polícia Nacional", disse, na altura, o general Furtado, afirmando que isto "significa que há um descontrolo que deve ser corrigido no tocante ao uso das armas e munições orgânicas das FAA e na PN".
Na ocasião, Francisco Furtado recordou que o Serviço de Inteligência militar tem a responsabilidade de ajudar as direcções das forças armadas e da PN a descobrir e fazer com que sejam sancionados todos os militares ou polícias que estejam implicados em actos criminosos.
Entretanto, a PN já colocou um fim ao uso de AKM pelas empresas privadas de segurança, mas ainda assim, muitas armas de guerra e pistolas orgânicas continuam a aparecer nas mãos dos maginais.

