"A delegação da República Democrática do Congo já está a caminho. No âmbito do repatriamento voluntário a ACNUR saúda está reunião", disse ao NJOnline, Juliana Ghazi, da ACNUR em Angola.

Ainda de acordo com Juliana GHazi, o ACNUR e parceiros poderão garantir que os refugiados que desejam regressar à RDC o façam de maneira organizada e em segurança e com dignidade.

"No dia 18 de Agosto, cerca de 5.000 refugiados começaram a abandonar o assentamento do Lóvua, uma tentativa de retorno espontâneo. A maioria deles percorreu uma curtinha distancia e instalaram-se com as suas crianças à beira ou na localidade do Lóvua", informou.

Ghazi referiu que, desde o dia 19 deste mês, o Governo angolano vem providenciando camiões para transportar os refugiados até à fronteira com a RDC.

Recorde-se que uma delegação ministerial, integrada pelos ministros da Defesa Nacional, Salviano de Jesus Sequeira, e da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Faustina Fernandes Alves, esteve, no dia 19 deste mês, na província da Lunda Norte, para se inteirar da situação dos refugiados da RDC.

A visita dos governantes surge um dia depois de pelo menos oito mil, dos 23.600 refugiados, terem, unilateralmente, abandonado o campo em que se encontravam alojados.

Até Junho do ano em curso, de acordo com o ACNUR, 85 por cento dos refugiados manifestaram o interesse de regressar de forma voluntária.

O UCNUR tem previsto um kit de apoio à reintegração em caso de regresso organizado dos refugiados às suas terras de origem, que integra uma verba de 200 dólares, sendo que o regresso de motu próprio não contempla este tipo de ajuda.

O UCNUR estabelece Outubro, depois da reunião tripartida (UCNUR, governos de Angola e da RDC), como o mês do início do processo de repatriamento para aqueles refugiados que quiserem ter acesso ao kit de reintegração.

A migração dos cidadãos congoleses para Angola derivou da violência extrema e generalizada, causada por tensões políticas e étnicas nas províncias do Kasai, na RDC, em 2017.