As incertezas sobre o funcionamento do AngoSat-1 arrastam-se praticamente desde o lançamento, sustentadas por uma série de problemas técnicos que, segundo a agência russa estatal Interfax, ainda não estão ultrapassados.
Citando fonte da indústria espacial, a Interfax adianta que o sinal de esperança na recuperação do satélite angolano, verificado no final de Março, voltou a dar lugar a receios sobre a sua inoperacionalidade.
Em causa está mais uma perda de comunicação com o AngoSat-1.
Segundo a Interfax, embora o aparelho tenha entrado na zona de visibilidade de rádio do subúrbio de Korolev, perto de Moscovo, "os especialistas não conseguiram estabelecer contacto com o satélite".
Apesar de mais esta contrariedade, a Roscosmos, que integra o consórcio responsável pela construção do AngoSat-1, adverte que é prematuro retirar conclusões sobre a operacionalidade do aparelho.
"Os procedimentos necessários estão a ser executados, após a conclusão dos quais haverá informação oficial", indicou fonte da empresa estatal russa.
Encontro de equipas técnicas agendado para Abril
No caso de existirem problemas, o ministro da tutela garantiu que a parte angolana não sairá prejudicada porque o contrato acautela os interesses do país.
"O contrato prevê todos os extremos e, nesta indústria, todos os riscos são acautelados, desde a construção, lançamento e transporte. Todas essas etapas estão asseguradas", assegurou José Carvalho da Rocha, em Fevereiro, em entrevista ao Novo Jornal Online.
Já depois disso, o secretário de Estado das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Manuel Homem, adiantou que, durante este mês de Abril, haverá um encontro das equipas técnicas, para definição dos procedimentos de utilização do satélite.
Lançado a 26 de Dezembro passado no cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, o AngoSat-1, que representa um investimento do Estado angolano de 320 milhões de dólares, evidencia problemas de funcionamento desde as primeiras horas.