Numa publicação na rede social Twitter, Donald Trump informa que deu ordens aos seu secretário de Estado do Tesouro para avançar com mais sanções ao Irão, embora não tenham sido ainda conhecidas que novas sanções vão ser aplicadas e sobre quem ou que empresas iranianas vão incidir.
No entanto, sabe-se que este reforço de sanções surge num contexto escaldante no Médio Oriente e num crescendo da tensão entre os EUA e o Irão, com Trump a acusar directamente o regime de Teerão de ter disparado os mísseis ou drones com os engenhos explosivos que danificaram de forma profunda uma refinaria saudita, a maior do mundo, em Abqaiq, e um importante campo petrolífero em Khurais.
O Presidente iraniano já refutou as acusações, negou que o seu país tenha sido o autor dos ataques e acusou os EUA de terem como objectivo evidente manter a ameaça de guerra contra o Irão, naquilo que o seu ministro dos Negócios Estrangeiros sublinhou como sendo a transição de uma política de máxima pressão para o máximo engano.
Logo após os ataques, o mesmo Trump veio a terreiro dizer que tinha o dedo no gatilho pronto para disparar, depois trocou essa ameaça pelo reforço das sanções, mas o seu Secretário de Estado, Mike Pompeo, já se encontra na Arábia Saudita para um eventual ajuste da estratégia para lidar com o Irão, que pode passar pela elaboração de uma coligação mais abrangente para lançar os primeiros ataques contra território iraniano.
Se isso acontecer, o gigante Persa do Médio Orente já garantiu que vai responder com força e lembrou que os ataques recentes contra a indústria petrolífera saudita, que foram reivindicados pelos rebeldes Houthis, do Iémen, apoiados de facto pelo Irão, deviam ser "lidos" como uma advertência para o que podem ser as consequências de um insensato engrossar da tensão.
Para já, Trump e a sua Administração, ainda não passaram do reforço das sanções, como foi escrito no Twitter: "Acabei de instruir o secretário do Tesouro para aumentar substancialmente as sanções sobre o Irão".
Recorde-se que as relações entre o Irão e os EUA estavam num claro desanuviamento antes da chegada de Trump ao poder, com a assinatura do acordo nuclear pelo ex-Presidente Obama.
Logo que o actual Presidente chegou à Casa Branca, desonrou o acordo e aumentou brutalmente a pressão sobre o Irão, como era desejo dos seus aliados na região, Israel e a Arábia Saudita, ou ainda os representantes da indústria do armamento na sua equipa, como era o caso de John Bolton, o seu conselheiro de Defesa que acabou por despedir há dias.
Ao que tudo indica, Trump não parece estar disponível para, no imediato, entrar em guerra com o Irão, embora essa realidade seja quase impossível de evitar se os sauditas conseguirem encontrar provas irrefutáveis da culpabilidade iraniana.
Certo, certo é que se o Irão for atacado, a primeira resposta de Teerão e dos seus aliados, vai ser a destruição em larga escala da indústria petrolífera da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, os dois mais importantes aliados árabes dos norte-americanos do Médio Oriente, a par de Israel.
Entretanto, após uma escalada histórica do preço do petróleo na segunda-feira seguinte aos ataques de Sábado, o barril de petróleo voltou praticamente ao valor de antes dos ataques - cerca de 62 USD, depois de er chegado aos 71,5 USD - o que indica que os analistas dos mercados acreditam que a situação é agora mais calma e que o risco de novos incidentes é baixo.