O número de mortos deverá subir, no entanto, devido ao alargamento do perímetro nos trabalhos de buscas que o Serviços Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB) está a efectuar para o resgate das pessoas desaparecidas, que estavam na embarcação durante a procissão marítima, soube o Novo Jornal.
Testemunhas contaram ao Novo Jornal que a embarcação de pesca se juntou às festividades da Ilha por volta das 12:00 de sábado, e partiu em passeio (turístico) da Camuxiba, na Samba, fazendo o percurso Baía de Luanda/Ponto Final (Ilha de Luanda).
No regresso, por volta das 17:00, a embarcação naufragou, provocando a morte de quatro pessoas e o desaparecimento de dezenas.
No domingo, a equipa de resgate encontrou mais dois corpos, de duas mulheres, que estiveram igualmente do barco.
Testemunhas contaram à polícia que o tripulante estava embriagado e continuava a consumir bebidas alcoólica à medida que ia fazendo manobras perigosas, tendo sido aconselhado por diversas vezes a ser prudente.
Segundo as autoridades, apesar de mais de 30 pessoas estarem a bordo, foram resgatadas apenas 17, mas terá havido náufragos resgatados por voluntários e outros que nadaram até à costa. Ao Novo Jornal, os bombeiros asseguram que mantêm as buscas por desaparecidos do naufrágio.
Segundo o porta-voz dos Serviços Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, Wilson Baptista, a embarcação que naufragou, na zona do Ponto Final, não fazia parte das que foram selecionadas para a actividade religiosa e transportava passageiros em excesso.
As autoridades asseguram que o acidente ocorreu na contra-costa, numa zona de muitas ondas, tendo a embarcação sido arrastada para a zona da Baía, a escassas milhas da costa de Luanda.
Entretanto, o ministro do Interior, Manuel Homem, salientou, após deslocação à Ilha de Luanda, que actividades desta natureza devem ser realizadas em coordenação com os órgãos que compõem o sistema de segurança nacional.
Já o Presidente da República, João Lourenço, lamentou o sucedido, através da página da Presidência, no Facebook, e sublinhou que as autoridades "estão e continuarão envolvidas, com o máximo empenho, nos trabalhos de resgate e alívio dos danos resultantes deste incidente no mar".
João Lourenço ordenou aos serviços competentes para se encarregarem de determinar as causas do naufrágio para evitar tragédias similares.