Os homens armados e com farda militar irromperam pela sala de concertos Crocus City Hall e dispararam de forma indiscriminada sobre os milhares de pessoas que assistiam a um espectáculo.

Ate ao momento não existiam dados sobre quem são estes homens, nem sequer se existe alguma ligação à Ucrânia, mas o Kremlin, que anunciou de imediato profundas investigações, não descartou nenhuma possibilidade.

No entanto, primeiros os EUA, e depois a própria Ucrânia, afastaram a possibilidade de qualquer ligação de Kiev a este episódio que está a gerar um forte receio de que, depois de averiguada a origem deste "comando", o Presidente Vladimir Putin vá meter ao dispor da operação de vingança toda o poderio militar da Federação Russa.

O Crocus City Hall estava em chamas, como se vê na imagem, em resultado de duas fortes explosões ouvidas no interior do edifício.

Alguns dos vídeos que estão a circular nas redes sociais mostram vários dos membros deste comando a disparar à queima-roupa sobre civis indefesos e vários corpos espalhados no local.

Uma das questões em cima da mesa é que este episódio de terror em Moscovo, se tiver uma ligação ao conflito na Ucrânia, até porque nas últimas duas semanas as regiões de Belgorod e Kursk foram invadidas por unidades ucranianas compostas por voluntários russos, pode gerar uma mudança tremenda na forma de a Federação encarar a guerra, onde, por exemplo, ainda não foi atacada a Presidência do país e outros centros do poder em Kiev.

Há duas situações que podem ter ligação a este ataque, uma é o facto de haver um largo contingente de tchetchenos a combater do lado ucraniano, apesar de a República da Tchetchénia, que travou uma guerra brutal com a Federação na década de 1990, ser leal a Putin.

E a outra questão é que, há escassas semanas, os Estados Unidos alertaram os seus cidadãos na Rússia para se afastarem de locais com muita gente devido ao risco de ataques terroristas, o que foi seguido por todos os países ocidentais.

Esse facto levou Moscovo a ter já pedido, após este ataque, a Washington que dê toda a informação de possuir às autoridades russas, porque, aparentemente, já sabiam que esta mortandade teria lugar.

O que também já foi negado pelos norte-americanos, que anunciaram não saber de antemão que tal situação teria lugar.

Para já, foi a tomada de território russo, em Belgorod e Kursk. fora da linha de combate, que levou Dmitri Peskov, assessor do Presidente russo, a alterar de forma substantiva o cenário na Ucrânia, passando a designar o conflito como uma guerra e não como até aqui de operação militar especial.

Apesar de o Presidente Putin já o ter feito antes publicamente, designar o conflito na Ucrânia como "guerra", esse momento foi considerado como um lapso do chefe do Kremlin, embora tal não fosse evidente quando o disse, há cerca de meio ano.

Segundo os media russos, foi já lançada uma larga operação de investigação para determinar as origens deste ataque, o que garante um foco absoluto no desfecho deste inquérito porque, na eventualidade de este ataque ter por detrás unidades especiais ucranianas, o céu será o limite para a resposta russa.

Todavia, até ao momento, perto das 21:00 de Luanda, essa ligação ainda não tinha sido estabelecida.

A generalidade dos dirigentes russos, citados pelas agências TASS e Ria Novosti, estão a dar garantias sucessivas de que os autores deste ataque, directos e indirectos, serão descobertos e devidamente punidos.