Jornalistas angolanos de reconhecida reputação, também chamados "gurus", queixam-se da influência do poder político no exercício dessa profissão, sobretudo em casos de matérias sobre corrupção, em que estejam envolvidas figuras da antiga e actual governação, mas que gozam da confiança do Presidente da República, João Lourenço.

Os órgãos estatais de comunicação social e alguns privados cujos accionistas maioritários nutrem simpatia ao partido no poder (MPLA) são os mais visados neste quadro, ao qual estão votados os media.

Ao abordar o tema "O Papel dos Jornalistas no Combate à Corrupção", o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, salientou que, enquanto os órgãos públicos de comunicação social continuarem a ter gestores nomeados pelo Titular do Poder Executivo, a acção fiscalizadora dos jornalistas no combate à corrupção dificilmente terá independência e nem terão como contribuir de forma construtiva.

"Se continuarmos a ter gestores na comunicação, uma vez que são eles os sujeitos da nossa acção fiscalizadora, dificilmente os jornalistas vão poder contribuir ou ter papel decisivo no combate à corrupção", defendeu o sindicalista, descartando de antemão a hipótese de independência investigativa neste cenário, no qual a liberdade e a isenção são as mais sacrificadas.

A Lei da Probidade Pública, prosseguiu, é outro "handicap" que inviabiliza os jornalistas a terem maior desempenho, pois não permite conhecer o património dos gestores públicos, desde que os mesmos iniciem o exercício das suas funções.

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