O documento de Exalgina Gambôa, que foi tornado público nas redes sociais e confirmado como autêntico pelo Novo Jornal, foi dado a conhecer quando estava a ganhar corpo uma acesa polémica devido ao facto de esta ter sido convidada a deixar o cargo pelo Presidente da República devido a "ocorrências" que considerou "susceptíveis de comprometer o normal funcionamento deste importante órgão do poder judicial e manchar o bom nome da Justiça angolana".
O Chefe de Estado declara, na nota, que acompanhou "com alta preocupação" essas mesmas "ocorrências" que envolveram o nome de Exalgina Gamboa na praça pública, tendo feito o convite para esta deixar o cargo por não poder exonerá-la devido à separação de poderes exigida pela Constituição, mas podendo exercer essa influência na condição de maisalto magistrado da Nação.
Ao invocar "razões de saúde" para a sua "jubilação antecipada", anunciada uma semana depois de ter recebido o convite para deixar o cargo, Exalgina Gambôa evita a circunstância de responder directamente ao pedido feito por João Lourenço, explicando ainda que a sua decisão resulta do facto de a sua condição de saúde estar a influir no seu desempenho enquanto presidente do Tribunal de Contas.
Recorde-se que na nota da Presidência da República, tornada pública na sua página oficial, era ainda sublinhado que Exalgina Gambôa tinha sido convidada a sair no dia 21 de Fevereiro que, a 27, ainda não tinha agido em conformidade com o pedido de João Lourenço, afirmando que tal não tinha acontecido "até à presente data".
Esta situação ocorre depois de vários dias em que, nas redes sociais, foram sendo repetidas denúncias de alegados comportamentos abusivos por parte da até agora presidente do Tribunal de Contas.