Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou, momentos antes de ter lugar a efectivação de João Lourenço como Chefe de Estado angolano, que as relações bilaterais entre os dois governos, que atravessam mais uma crise por causa de processos nos tribunais portugueses a envolverem figuras do Estado angolano, não podem ser diferentes daquelas que são desejadas e escolhidas pelos dois povos.
"Os povos português e angolano escolheram ter relações de grande amizade e fraternidade e compete aos governos corresponder às expectativas dos povos", apontou o Chefe de Estado português.
A esse propósito, e questionado pelos jornalistas sobre o já famoso, pelo menos nas redes sociais, mergulho despido de formalidades protocolares que deu na praia da Ilha de Luanda, Marcelo Rebelo de Sousa reafirmou que se sente "em casa" quando está em Angola e que, também por isso, o banho lhe soube "muito bem".
Também o Presidente são-tomense, Evaristo de Carvalho, quando chegou à Praça da República, sublinhou, em declarações aos jornalistas, a profunda amizade que une os povos angolano e o de São Tomé e Príncipe.
Evaristo de Carvalho, tal como Marcelo tinha feito antes, destacou o legado de José Eduardo dos Santos e perspectivou a manutenção dessa amizade fraternal com Angola no consulado de João Lourenço.
Também o Chefe de Estado de Cabo Verde, José Carlos Fonseca, apontou a profunda amizade e fraternidade que liga os dois países, sublinhando que Angola é "um grande país africano" com tudo para se "afirmar no mundo" construindo uma sociedade "plana de justiça social e inclusiva".
José Carlos Fonseca disse ainda que, tal como foi com José Eduardo dos Santos, com João Lourenço Cabo Verde e Angola vão aprofundar as suas relações fraternas e a sua "amizade histórica".
Numa ligeira alteração ao guião dos elogios ao quase ex-Presidente de Angola, Isabel dos Santos, presidente do Conselho de Administração da Sonangol, tratando o seu pai por "camarada Presidente" e "sr. engenheiro José Eduardo dos Santos", sublinhou como seu legado a dimensão de "arquitecto da paz" mas essencialmente o trabalho desenvolvido no sentido de fazer de Angola um país "moderno" onde foram criadas "oportunidades e confiança" na economia e nos negócios.
Destacou o contributo do seu pai na "construção de uma Angola moderna, com uma visão pacífica" que permite oferecer "confiança aos investidores estrangeiros" mas também aos nacionais para que possam "reconstruir as suas empresas" num dos momentos "mais difíceis" que o país já passou".
Isabel dos Santos apontou ainda como essencial manter o "foco na criação de empregos", disse que a Sonangol vai manter o esforço para "melhorar a eficácia" e defendeu que "Angola tem um futuro risonho".