"O comunicado do Ministério da Saúde é realmente uma situação complexa e complicada. É necessário que se crie equipas de esclarecimento às populações a nível de todo o País", disse ao Novo Jornal o membro da Comissão Política Permanente da UNITA, Ernesto Mulato.

"Não basta o comunicado a que pouca gente terá acesso, o Ministério em causa, deve pensar em equipas que vão às várias províncias", acrescentou, sublinhando que o comunicado do Ministério da Saúde tem de especificar qual o tipo de mandioca que não se deve consumir.

"Outras especulações podem ter razões de ser, mas não se deve minimizar as recomendações sanitárias", insistiu o político, frisando que "a saúde preventiva pouco se nota nas comunidades e o MINSA só reage depois de os problemas acontecerem, e às vezes, como sucedeu neste caso, levam à morte".

"Espera-se que o Ministério de Saúde acompanhe mais de perto o fenómeno", concluiu.

O Ministério da Saúde emitiu um alerta em que informa a população de todo o País que não deve, em nenhuma circunstância, comer mandioca, "bombó", batata-doce e batata rena cruas por estes alimentos estarem a provocar intoxicação alimentar.

O MINSA, através do seu sistema e vigilância epidemiológico, detectou casos de intoxicação alimentar, com indícios similares à doença "konzo" que provocou a morte, recentemente, a duas pessoas, soube o Novo Jornal

Segundo o MINSA, essa doença é uma patologia das estruturas responsáveis pela força muscular do organismo.

Conforme o comunicado do MINSA, a mandioca ou o bombó devem ser consumidos assados ou cozidos durante 50 minutos.

O Ministério da Saúde salienta, por outro lado, que as folhas da mandioca (a kizaca ou sacafolha), assim como as ramas de batata, devem ser antes fervidas por 20 a 30 minutos antes de serem cozidas.

Segundo o MINSA, nos últimos dias, as unidades sanitárias têm registado casos de intoxicação alimentar, com sinais idênticos aos da doença "konzo".