O Rangel terá uma nova malha urbana e já foi contratada uma empresa para dar início aos trabalhos de requalificação integrada para resolver os problemas de saneamento básico que há vários anos o velho musseque de Luanda enfrenta.

"De facto, o Rangel vai sofrer uma requalificação integrada, porque tem um nível freático alto e precisamos de dotar o distrito com outra malha urbana. Já temos empresa contratada para o arranque dos trabalhos", disse a directora-geral da Unidade Técnica de Gestão de Saneamento de Luanda (UTGSL), Zenilda do Amaral Mandinga, em declarações ao programa "Angola em directo", da Rádio Nacional.

Zenilda do Amaral Mandinga não avançou uma data para o início dos trabalhos, mas assegurou que a empreitada vai melhorar a rede de drenagem das águas pluviais, residuais, de abastecimento de água e telecomunicações.

Esta terça-feira, 24, o Novo Jornal andou pelo Rangel, conversou com alguns moradores e verificou que a situação de saneamento continua a preocupar os habitantes daquele velho bairro de Luanda.

Os moradores reconhecem o problema da falta de saneamento e asseguram que os trabalhos de requalificação, a serem feitos, devem ser profundos para que haja durabilidade da obra.

As águas salobras que brotam do subsolo, as ruas inundadas e o cheiro desagradável em algumas ruas do distrito urbano do Rangel fazem parte do cenário que o Novo Jornal encontrou.

Alguns moradores contaram que "a situação triste do Rangel" dura há anos, e estão com esperança de que o velho problema seja finalmente resolvido.

"Quando chove aqui é um Deus no acuda. Vivemos mal, existem ruas que não vêem diferença entre o cacimbo e a época chuvosa porque as águas não secam", contaram alguns jovens residentes.

Na rua da M"baka e Vaidade, Pedro Gui e António de Sousa, disseram ser uma vergonha para os governantes deixarem o Rangel nestas condições precárias.

"Tomara que seja verdade essa requalificação integrada, vimos há muito chorando por uma intervenção, oxalá que não seja para nos iludir nesta época de pré-campanha eleitoral", desabafaram.

Segundo os dois moradores, o distrito do Rangel precisa, para pôr fim aos recorrentes problemas de saneamento básico, de um trabalho profundo de macro-drenagem.

No entanto, o Novo Jornal verificou que em algumas ruas a administração distrital tem feito alguns trabalhos paliativos para minimizar a situação, o que segundo os residentes não tem sido suficiente.

Em outros locais, a água residuais acumulam-se permanentemente, o que dificulta a circulação de pessoas e viaturas no interior das ruas.

Distrito está sem administrador há três meses

O distrito urbano do Rangel está sem um administrador há três meses, desde o falecimento, em Maio último, do então responsável, Francisco Naval.

O Novo Jornal sabe que até ao momento o distrito urbano do Rangel é administrado, interinamente, pelo administrador adjunto, júlio Tavares.

Alguns munícipes e funcionários da administração contaram ao Novo Jornal que as limitações do administrador distrital adjunto fazem com que alguns problemas a nível local não sejam tratados.

O Rangel é um distrito urbano da província de Luanda que pertence ao município de Luanda. É composto pelos bairros da Terra Nova, Rangel, Nelito Soares e Vila Alice.