Cânticos e palavras de ordem marcaram todo o percurso dos jovens, alguns envergando camisolas com a fotografia daquele que se tornou o "mártir" desta geração, outros com palavras alusivas à luta pelos direitos humanos.
"Inocêncio, descansa, a luta continua", "o povo não tem medo" ou "MPLA é que o matou", gritavam os manifestantes a caminho do cemitério da Mulemba, mais conhecido por cemitério do 14, no município do Cazenga, no onde foi enterrado este sábado o jovem.
Inocêncio de Matos, de 26 anos, era o terceiro de sete filhos de Alfredo Miguel de Matos (antigo combatente das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), braço armado do MPLA na luta pela independência) e Regina Alberto, e também o único rapaz, após a morte de um irmão seu no ano passado.
Natural da província do Uíge, solteiro, o jovem frequentava o 3.º ano do curso de engenharia informática da Universidade Agostinho Neto. Faleceu, segundo a versão oficial, no Hospital Américo Boavida, em Luanda, onde deu entrada após ter sofrido graves ferimentos na cabeça durante um confronto com a polícia na manifestação do dia 11 de Novembro. A primeira - e a última - em que participou.