O mural tinha sido pintado na parede de uma farmácia, no bairro São Pedro da Barra, onde vivia o jovem morto na manifestação que foi proibida e fortemente reprimida pela Polícia Nacional.

De acordo com o activista "Dago Nível", o proprietário da farmácia "foi ameaçado por agentes da Polícia nacional e do SIC.

"Os agentes dirigiram-se ao estabelecimento do Sr. Moisés para o intimidar, ameaçando-o com uma multa por transgressão administrativa. Ele acabou por ceder à pressão e apagou o grafiti", contou ao Novo Jornal Dago Nível, que acrescentou que, pelas 23:00 de quarta-feira, "a pintura foi removida e a parede foi borrada de lama, para garantir que ninguém voltasse a desenhar".

Dago Nível Intelecto, de nome verdadeiro Francisco Mapanda, é um dos jovens do processo que ficou conhecido por "15+2" em 2015, quando 17 activistas foram presos por debater um livro e depois acusados de prepararem um golpe de Estado contra o Governo do MPLA do então presidente José Eduardo dos Santos.

Para o jovem, é inadmissível que "o mesmo tipo de repressão" volte a suceder durante a presidência de João Lourenço: " É inaceitável que o Governo reprima um direito básico dos cidadãos, que é o direito à manifestação. E é também inaceitável que num País que se diz democrático a arte seja censurada, porque o grafiti de homenagem ao irmão Inocêncio era arte".