Através de um comunicado, a administração do FSDEA confirma o que a Quantum Global já tinha anunciado e recorda que "o objectivo da criação do FSDEA era investir as receitas petrolíferas de Angola para o futuro do povo angolano, e estabelecer um legado para além da produção de petróleo".
Segundo o Fundo, esse princípio não tem sido totalmente observado nos investimentos realizados pela Quantum Global, empresa escolhida pelo ex-presidente do conselho de administração, José Filomeno dos Santos, "Zénu", para gerir 85% dos activos da instituição. Ou seja: 3 mil milhões de dólares.
Admitindo ter "grandes preocupações sobre a forma como a Quantum Global investia os seus recursos", deixando a desejar, por exemplo, no domínio da transparência, o FSDEA garante que "está agora a trabalhar para garantir que os propósitos dignos e nobres subjacentes à sua criação sejam cumpridos".
Para tal, a administração do Fundo Soberano adianta que "está a tomar as medidas adequadas para remover a Quantum da condição de gestora dos seus activos", processo desencadeado a partir de diligências periciais conduzidas por consultores internacionais especializados.
Esta intervenção apoia-se ainda em "revelações sobre a Quantum, no âmbito das investigações conhecidas como 'Paradise Papers'", bem como nas acusações criminais das autoridades da Suíça contra Jean-Claude Bastos de Morais, lê-se no comunicado.
O caso tem como epicentro as Ilhas Maurícias, onde a Quantum Global criou sete fundos de investimento em representação do FSDEA.
Embora a firma garanta que a sua actividade tem sido desenvolvida em estrito cumprimento das leis, as autoridades mauricianas suspenderam as suas licenças de investimento e congelaram 91 contas bancárias associadas às suas operações.