Depois de vários adiamentos, as eleições presidenciais na RDC têm nova data: 23 de Dezembro de 2018.
O dia foi confirmado ontem, 9, no final da reunião tripartida que juntou, na capital da República do Congo, Brazzaville, os Presidentes João Lourenço, Denis Sassou NGuesso e Joseph Kabila.
"Este novo calendário é um passo importante para a resolução do problema eleitoral na RDC", sublinhou o ministro angolano das Relações Exteriores, Manuel Augusto, que apresentou os resultados do encontro aos jornalistas nacionais.
Segundo o governante, citado pela agência Angop, a decisão pretende "evitar que haja convulsões na RDC", assegurando-se ao povo e à comunidade internacional que desta vez o acordo é para cumprir.
No comunicado final da mini-cimeira, João Lourenço, Denis Sassou NGuesso e Joseph Kabila reiteraram o apelo "a todos os actores políticos e da sociedade civil para preservarem a paz e mobilizarem-se para a implementação da agenda eleitoral, no espírito da unidade, serenidade e diálogo".
Eleições deveriam ter acontecido em Dezembro de 2016
Recorde-se que as eleições gerais já deveriam ter tido lugar em Dezembro de 2016, mas um acordo de última hora entre o Presidente e a oposição permitiu a criação de um governo de transição para o escrutínio, que deveria ocorrer ainda este ano.
Contudo, com o decorrer do tempo, percebeu-se que o regime de Kabila mantinha em curso um conjunto de manobras dilatórias para se manter no poder, tendo sido disso exemplo a clara desconfiança demonstrada pelas Nações Unidas de que o recente drama ocorrido nos Kasai, com milhares de refugiados em Angola como resultado, fora promovido por homens próximos ao Presidente.
Alias, não só a ONU mostrou essas desconfianças, também o empresário congolês Sindika Dokolo, marido de Isabel dos Santos, o fez, bem como o histórico opositor a Kabila, Moise Katumbi.