Numa carta conjunta, as ONG acusam o Governo liderado por Benjamin Netanyahu de "restringir a liberdade dos meios de comunicação social, o que resultou efectivamente no estabelecimento de um regime de censura".
O documento, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP), é assinado, entre outras organizações, pelo Comité para a Proteção dos Jornalistas, a Repórteres Sem Fronteiras, a Human Rights Watch e a Federação Europeia de Jornalistas.
A carta exige ao chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, e ao comissário do Comércio, Valdis Dombrovskis, a suspensão do acordo de associação - que diz respeito em particular ao comércio - e "sanções dirigidas contra os responsáveis" por violações dos direitos humanos.
Mais de 100 jornalistas palestinianos, dois israelitas e três libaneses morreram desde que Israel lançou uma ofensiva contra o movimento islamita palestiniano Hamas, fazendo deste "o período mais mortífero" para a imprensa em décadas, referiram as ONG.
As organizações signatárias alegaram que algumas das vítimas poderão ter sido alvo directo de ataques do exército de Israel.
As ONG recordaram ainda a proibição de facto do acesso de jornalistas estrangeiros à Faixa de Gaza e as "detenções arbitrárias" de pelo menos 49 profissionais da informação.
"O efeito cumulativo destes abusos cria as condições para um vácuo de informação, e deixa também espaço para a propaganda e a desinformação", apontaram os signatários.
A carta exige "manter a liberdade" dos meios de comunicação social, "proteger as vidas dos jornalistas" e "acabar com a impunidade", antes de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, na quinta-feira, em Bruxelas.
A guerra em curso na Faixa de Gaza foi desencadeada após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de Outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.