Angola e Portugal acertam fim da dupla tributação
O anúncio foi feito em Luanda, pelo secretário de Estado para a Cooperação Internacional e Comunidades angolanas, Domingos Vieira Lopes, na abertura do fórum empresarial promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA).
De acordo com o governante, esse acordo, na forma de convenção, para "se evitar a dupla tributação" entre Portugal e Angola, está em fase final de elaboração, devendo estar concluído até à visita oficial a Luanda do primeiro-ministro português, António Costa, em Setembro próximo.
"Está em curso e praticamente concluído o acordo para se evitar a dupla tributação entre Angola e Portugal", disse Domingos Vieira Lopes, acrescentando que também o Acordo de Protecção Recíproca de Investimentos "continua em negociação", cujo acordo deverá ser concluído até à visita do primeiro-ministro português.
"Penso que hoje não anunciamos a convenção e o acordo de protecção de investimentos, mas hoje aqui, estamos de forma muito particular e também singular a assinalar que os dois governos, vivendo um momento de excelentes relações, vão dar um passo decisivo para promover o investimento e o comércio entre os dois países", disse, por sua vez, o secretário de Estado da Internacionalização de Portugal, Eurico Brilhante Dias, ao intervir no mesmo fórum.
Destacou igualmente que a visita de António Costa a Angola representará "uma nova energia e um novo impulso" nas relações bilaterais, também do ponto de vista económico.
Durante a intervenção, Domingos Vieira Lopes disse que o Governo de Angola "reconhece os constrangimentos" e "um certo abrandamento" recente nas relações políticas, diplomáticas e económicas entre os dois países.
O secretário de Estado angolano defendeu ainda que os novos instrumentos legais aprovados em Angola, como a Lei do Investimento Privado, deverão fomentar a diversificação económica, ainda assente na produção e exportação de petróleo.
"O nosso maior desejo é elevar a cooperação económico-comercial ao nível das relações históricas, e para se atingir tal desiderato é necessário o engajamento de todos, para que possamos tirar benefícios mutuamente vantajosos", apelou o secretário de Estado.
Domingos Vieira Lopes acrescentou que o Governo "gostava de contar com a participação activa das empresas e do empresariado português" interessadas em investir em Angola "para apoiar os enormes esforços do executivo angolano destinados à diversificação económica e ao melhoramento da qualidade da vida dos angolanos".