"A prisão preventiva vai até 90 dias. Faltam 18 dias para o nosso cliente completar este tempo, por isso, já estamos a trabalhar para a sua libertação", disse ao Novo Jornal o advogado Salvador Freire dos Santos.
"O Serviço de Investigação Criminal em Luanda anunciou que vai transferir para a província da Lunda Norte o nosso cliente, onde vai continuar o processo de investigação sobre a sua alegada participação nos confrontos de Cafunfo, mas até aqui não há novidades", frisou o advogado, lamentando a atitude das autoridades judiciais que ignoraram um pedido de habeas corpus que ele apresentou.
"Até aqui o Serviço de Investigação Criminal não encontrou matéria suficiente para manter Zeca Mutchima na prisão. O que aconteceu na localidade de Cafunfo foi a insatisfação da população que enfrenta graves problemas de vária ordem e que o próprio Executivo reconhece", sublinhou.
Recorde-se que no dia 30 de Janeiro, o Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwé pretendia realizar uma manifestação na vila do Cafunfo, município do Cuango, para exigir o reconhecimento da autonomia das Lundas, acto que foi proibido pelas autoridades locais e reprimido pelas forças de segurança, que alegam ter reagido a uma "rebelião armada" com tentativa de invasão de esquadra.
Dessa acção, que envolveu várias dezenas de pessoas, e que o Movimento garante ter-se tratado de uma manifestação desarmada e pacífica, resultaram várias mortes, seis, segundo o Governo, pelo menos 23, de acordo com o Movimento, e 25, segundo um grupo de deputados da oposição que investigou o episódio de violência no Cafunfo.