Segundo a nota de imprensa do Conselho Directivo da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana, a ERCA informa que se demarca de qualquer vinculação à tomada de decisão sobre a renúncia ao mandato do seu conselheiro Carlos Alberto.
Finalmente, refere o comunicado, o Conselho assinala que, nos termos do nº 2 do art. 21º da Lei 2/17 de 23 de Janeiro, "as opiniões (formuladas individualmente) dos membros do Conselho Directivo emitidos publicamente não vinculam o órgão".
Este posicionamento da Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana surge dois dias depois do conselheiro da UNITA na ERCA, Carlos Alberto, ter admitido ao NJOline que não renunciou ao cargo por ter sido pressionado pelos seus pares, apesar de o ter anunciado antecipadamente.
O conselheiro não afirmou em qualquer altura ter recebido um "conselho" oriundo oficialmente do órgão ou da sua direcção mas sim dos seus membros individualmente, embora fonte da ERCA tenha garantido ao NJOnline que todos os seus membros já se posicionaram de forma a deixar claro não terem endereçado qualquer pedido ao seu colega no sentido de repensar a sua decisão de sair.
O que disse Carlos Alberto?
"Não compareci porque não avancei com a decisão inicial. A carta está feita, mas os meus pares na ERCA não concordaram com as razões que invoquei para sair, incluindo o presidente da Entidade Reguladora da Comunicação em Angola, Adelino de Almeida", disse o conselheiro nomeado pela UNITA em declarações ao NJOline.
Segundo Carlos Alberto, varias individualidades da UNITA e do MPLA, bem como da sociedade civil, ligaram para lhe pedirem para que recuasse na decisão.
"Entendi por bem aceitar os conselhos de todas essas pessoas e deixar a minha vontade pessoal de lado, porque a ERCA precisa de mim", realçou.
Carlos Alberto assegurou que vai continuar com as acusações que tem vindo a fazer contra o recém-eleito presidente da UNITA, Adalberto da Costa Júnior, nomeadamente sobre as dúvidas que lançou sobre a sua formação académica.
Entretanto, Carlos Alberto salientou que sente uma pressão alta de muitos jornalistas que nunca aceitarem a sua entrada na ERCA, mas reconhece que em função das críticas que tem feito, muitas pessoas vão colocar em causa a sua palavra.
"Assumo que recuei e coloquei em causa a minha dignidade. Mas assumo também que, por vezes, temos que recuar em prol da nação, e vou aceitar que as pessoas me critiquem, porque estou a defender um interesse que é maior que o meu", afirmou.