Estes indivíduos, entre os 17 e os 19 anos, que foram detidos pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), no bairro do Catambor, em Luanda, fazem parte de uma quadrilha organizada que tem as suas raízes na província de Cabinda.

A rede, de acordo com o director do gabinete de comunicação institucional e imprensa do SIC-geral, Manuel Halaiwa, " tem como foco a extorsão sexual e chantagem na internet, tendo como as principais vítimas os cidadãos portugueses".

"Os indivíduos actuam da seguinte forma: criam conta no facebook, no perfil colocam fotos de mulheres e depois pesquisam por homens portugueses, trocam os contactos e começam namorar", explicou Manuel Halaiwa ao Novo Jornal, acrescentando que, "durante o processo de namoro, as duas partes fazem trocas de imagens íntimas por via whatshapp, porém, as fotografias dos burladores eram todas falsas".

Após conseguir ter imagens comprometedoras dos estrangeiros, os burlões começam a ameaçá-los, exigindo 10 mil euros a cada, para que as suas fotos não sejam divulgadas nas redes sociais, um tipo de chantagem que o Novo Jornal já tinha noticiado em 2022, como pode revisitar aqui.

Nesta semana, por intermédio de uma denúncia anónima que o SIC recebeu sobre esta situação, foi possível apanhar três membros do gangue, que saíram de Cabinda para estudar em Luanda, onde mantinham estas práticas.

Em posse destes homens foram encontrados diversos telemóveis, onde foi possível identificar 14 vítimas que chegaram a pagar valores avultados para impedir a exposição da sua intimidade.

O dinheiro foi transferido através da MoneyGram para contas domiciliadas na província de Cabinda.

Os detidos foram apresentados esta terça-feira na direcção do SIC-geral e vão ser encaminhados para o juiz de garantia, enquanto diligências prosseguem para desmantelar o resto do grupo, que está em Cabinda.

Esta associação criminosa também está a invadir alguns aplicativos bancários, para furtarem dinheiro. Eles ligam para os clientes de um determinado banco, como se fosse serviço de apoio ao cliente, pedem as credenciais dos usuários dos aplicativos, e retiram todo o dinheiro da conta.