A informação foi avançada esta terça-feira, 28, pela própria SIC, no seu "Jornal da Tarde".
Segundo a estação televisiva, que pertence ao Grupo Impresa, detido pelo empresário Francisco Pinto Balsemão, "a SIC recebeu hoje uma comunicação do Ministério da Comunicação Social de Angola, segundo a qual não existe qualquer impedimento em que as emissões dos dois canais sejam retomadas".
A mensagem indica ainda que tanto o Governo como o ministro João Melo vêem "com agrado o regresso dos dois canais" a Angola, que fica agora exclusivamente dependente "dos acordos e das conversações entre a SIC e as respectivas distribuidoras".
Com esta posição, o Executivo confere cunho político a um processo que até agora tinha sido tratado apenas como empresarial.
Recorde-se que a saída dos canais SIC das grelhas de programação da angolana ZAP e da sul-africana DStv - a primeira ocorrida em Março e a segunda em Junho de 2017 -, foi justificada pelas duas operadoras como uma decisão puramente comercial.
A empresária Isabel dos Santos, que detém a ZAP, acusou mesmo o empresário Francisco Pinto Balsemão, dono da SIC, de "ganância comercial", dizendo que o mesmo cobrou 1 milhão de euros anuais pela transmissão, quando outros canais internacionais, como a BBC e a Al Jazeera, cobram um valor mais de 10 vezes inferior.
Já a empresa sul-africana rejeitou "qualquer associação das marcas DStv e MultiChoice a um canal de natureza política", surgidas a partir de especulações de que a saída dos canais SIC do país esteve ligada à exibição de várias reportagens de conteúdo crítico para o Governo, nomeadamente uma que fazia referência à pobreza generalizada em Angola.