Num périplo efectuado esta terça-feira, 15, pelo Novo Jornal, deu para perceber que são muitos os contentores que já não suportam a carga ali despejadas pelos munícipes, sobretudo na baixa, na zona da Vila Alice, nas avenidas Brasil, Deolinda Rodrigues, Hoji ya Henda, Cónego Manuel das Neves e nas ruas da Engenharia, da Missão, Major Canhangulo, Ngola Kiluange.
Também os bairros apresentam o mesmo cenário. O Novo jornal esteve nos bairros Popular (Neves Bendinha), Terra Nova, Palanca, Prenda e Tala Hadi e constatou que há muito que os camiões de recolha não passam por ali.
Os munícipes queixam-se e defendem a necessidade de haver mais eficácia por parte das operadoras na recolha de resíduos sólidos. Dizem cumprir a sua obrigação de pagar a taxa obrigatória do lixo implementada em 2016 pelo ex-governador da província de Luanda, Higino Carneiro.
"Não sabemos quando é que esta situação do lixo vai terminar. Resido na Vila Alice, até agora continuo a pagar a taxa do lixo, mas a recolha, que é bom, não fazem, isso não se verifica na minha zona e em outros lugares onde tenho circulado", disse ao Novo Jornal o funcionário público Samuel Paixão, que falou da falta de seriedade por parte dos responsáveis afectos ao Governo Provincial de Luanda.
"Eles, (os responsáveis pelo GPL), só não fazem porque não querem, não consigo perceber o motivo da fraca recolha do lixo nas ruas da cidade de Luanda?" declara, culpando a nova governadora de Luanda, Joana Lina, que, diz, "não se mostra interessada em resolver a situação da população luandense".
Já a anciã Sabrita Gomes, de 68 anos, residente no Distrito Urbano da Maianga, bairro do Prenda, teme a contenção de serviços por parte das operadoras durante a quadra festiva.
"Está a aproximar-se o Natal, as empresas de recolha de lixo deveriam ser orientadas pelo Governo Provincial de Luanda para aumentarem a recolha para que o Natal não seja um pesadelo", aconselhou.
Para o comerciante e proprietário de uma geladaria no bairro Popular, na rua Machado Saldanha, nos arredores da paróquia da Santa Ana, adjacente às antigas instalações do Serviço de Investigação Criminal (SIC) Geral, "a situação do lixo em Luanda não se encontra resolvida, até agora, porque os dirigentes que estiveram à frente deste processo são bastantes viciados no dinheiro".
"Quem pensa no seu povo não olha para o seu bolso, todo aquele camarada que olha primeiro para o bolso, não quer saber do seu povo. Digo isso, porque os nossos dirigentes, afectos ao GPL, nada querem com a população", afirma Rui Delgado, de 53 anos.
"Se fosse véspera de eleições, as ruas do bairro Popular estariam um mimo", acrescenta, lamentando a pouca acção da governadora de Luanda no que diz respeito a este processo de recolha de lixo na cidade.
Perante este cenário, o Novo Jornal, contactou esta terça-feira, 15, o director do Gabinete de Comunicação Institucional do Governo Provincial de Luanda (GPL), Ernesto Gouveia, por telefone, no sentido de obter o contraditório sobre o fraco trabalho de recolha de lixo.
O responsável pela comunicação do GPL atendeu a ligação e disse que não tinha condições para responder a nenhuma questão naquele momento porque se encontrava em reunião de trabalho, mas, para o efeito poderia responder algumas questões por mensagem. O que foi feito, mas sem sucesso.
Face à situação, o Novo Jornal aguardou durante o período da manhã de hoje, quarta-feira,16, uma comunicação do GPL, sobre o assunto. Como tal não aconteceu, voltámos, sem sucesso, a tentar o contacto com a direcção de comunicação do GPL. Deu igualmente resultado nulo.