Os "kupapatas" alegam que tem havido excesso na actuação policial, pois as suas motos são apreendidas sem justa causa, e afirmam que, para as reaver, são obrigados a pagar entre os 20 e os 30 mil kwanzas.

Ao Novo Jornal, o presidente da Associação dos Moto-taxistas Transportadores de Angola (AMOTRANG), Bento Rafael, assegurou que a PN se tem excedido na sua actuação e que chega mesmo a apreender motos com toda a documentação legal.

"O que se passa é que quando são interpelados, são levados. Ninguém escapa do pagamento, mesmo aqueles que têm a sua documentação em dia. Isso, de facto, nunca vimos em lado nenhum, estamos admirados com esse comportamento da polícia", lamentou.

Segundo Bento Rafael, os agentes da polícia, a nível do Kapalanga, nem sequer se dão ao trabalho de consultar os documentos da moto no terreno.

"Apenas levam as motos para as esquadras e todas elas são sujeitas a multas, independentemente de eles possuírem documentos ou não", disse.

De acordo com o presidente da AMOTRANG, a manifestação desta segunda-feira foi realizada pelos motoqueiros da zona do Kapalanga, visando chamar a atenção das autoridades sobre o assunto.

Bento Rafael disse ter informações de agentes que afirmam ter ordem dos comandantes para levaram por dia 25 motos para a esquadra policial para serem passadas multas.

"Como pode a PN ter um número de motos para apreender? Isso é incrível de mais e nos preocupa", disse. E acrescentou: "Vamos levar esta questão à mesa do 2.º comandante provincial de Luanda no encontro que teremos".

Sobre o assunto, o Novo Jornal ouviu o superintendente Nestor Goubel, porta-voz da Polícia Nacional em Luanda, que assegurou que a PN apenas está a repor a legalidade, uma vez que tem havido muitos assaltos de motoqueiros na zona.

Segundo Nestor Goubel, não é verdade que a polícia apreenda motos legais e extorque cidadãos.

"O que fazemos é exigir que os motoqueiros, sobretudo os moto-taxistas, estejam legalizados para o efeito e que respeitem as normais do código de estrada. Há muitos motoqueiros na zona sem documentos e que desrespeitam o trabalho da autoridade", salientou.