A ministra da Saúde reforçou que a Zâmbia e a República Democrática do Congo (RDC), assolados pelo surto de cólera, fazem fronteira com as províncias do Moxico, Cuando-Cubango, Lunda Norte, Lunda Sul, Malanje, Uíje, Zaire e Cabida, e, devido à intensa mobilidade de pessoas e bens entre os três países, existem grandes riscos de a doença se disseminar.

O Ministério da Saúde, explica, no comunicado, como se transmite e como evitar a cólera, salientando que a cólera pode matar em poucas horas, se não for tratada, pedindo aos cidadãos para avisarem as autoridades em caso de suspeita.

Medidas como lavar frequentemente as mãos, manter a higiene pessoal, tratamento da água com lixívia, fervura da água e lavagem das frutas com água tratada estão entre as recomendações das autoridades.

Angola, que já reforçou medidas de vigilância epidemiológica, não registou até ao momento casos de cólera.

Zâmbia e a RDC, ambos países com extensa fronteira terrestre com Angola, são os países que registam o surto de cólera, devido às intensas chuvas que caem naqueles territórios, com relatos de registos de casos também no Zimbábue, Malaui, Moçambique e Tanzânia.

O Presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e chefe de Estado angolano, João Lourenço, defendeu, na sexta-feira, a urgência de uma ação coordenada e eficaz para se travar o surto.

"A crise de saúde pública que assola a nossa região representa uma séria ameaça ao desenvolvimento sustentável e ao bem-estar dos nossos povos. Neste momento crítico, devemos reconhecer a urgência da nossa resposta e a necessidade de uma ação coordenada e eficaz, pois a cólera não conhece fronteiras e exige uma abordagem regional para enfrentá-la", sustentou.

A 23 de Janeiro, o Ministério da Saúde anunciou, em conferência de imprensa, em Luanda, que o país está no nível 2 de alerta, num máximo de 3, devido à epidemia de cólera registada em países vizinhos como a República Democrática do Congo (RDC) e a Zâmbia. A directora de Saúde Pública, Helga Freitas, garante que Angola não registou, até ao momento, casos de cólera.

Uns dias depois, a 2 de Fevereiro, na abertura da Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e do Governo da SADC, que reuniram de emergência para debater o surto de cólera que assola a região, o Presidente da República de Angola e presidente em exercício da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, João Lourenço, defendeu "uma abordagem colectiva e coordenada para prevenir e controlar a propagação da doença", lembrando que "a cólera não conhece fronteiras e exige uma abordagem regional para enfrentá-la".