O chefe do executivo angolano que falava hoje, a partir de Luanda, na cerimónia de abertura do fórum "Semana Russa de Energia", que decorre em Moscovo, destacou que apesar de já estarem presentes em Angola os maiores operadores internacionais da indústria petrolífera, "há espaço para outros investidores, fundamentalmente em áreas livres e em novas zonas de exploração das bacias sedimentares", cujo potencial de hidrocarbonetos ainda não está totalmente avaliado.
João Lourenço enfatizou o contributo dado pela Federação da Rússia na formação técnica de quadros angolanos para o sector petrolífero, e declarou que Angola "está empenhada no reforço da cooperação com a Federação Russa" nesta e noutras áreas e aberta a todas as empresas que queiram participar na diversificação e desenvolvimento da economia angolana.
Abordou ainda os processos de reestruturação que Angola tem empreendido no sector petrolífero, com a criação da ANPG - Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, bem como os projectos de aproveitamento económico do potencial de gás natural existente.
"O desenvolvimento do sector de gás constitui uma oportunidade para as empresas russas, tendo em conta a experiência que detêm nesse domínio para, por exemplo, contribuírem na criação de siderurgias, fábricas de fertilizantes e de geração de energia e outras", sugeriu João Lourenço.
O Presidente angolano apontou também o objectivo de aumentar a produção petrolífera nacional, através da estratégia de licitação de novos blocos petrolíferos para o período de 2019-2025, e do regime de oferta permanente de blocos, que constitui também uma oportunidade para as empresas russas.
Apelou também aos investidores russos para que analisem as oportunidades de investimento na construção da refinaria do Lobito, uma vez que ainda decorre o concurso público internacional de parceria societária que termina em outubro.
O chefe de Estado angolano salientou também que o executivo está dar orientações a todos os intervenientes na actividade de exploração e produção petrolífera para que adoptem medidas de mitigação e compensação, tais como a melhoria da eficiência energética, a criação de florestas e/ou reflorestação, entre outras.
Neste sentido, Angola, tal como outros países, deverá também desenvolver uma estratégia nacional com vista à exploração sustentada dos seus recursos energéticos fósseis e alteração gradual da matriz energética nacional a médio-longo prazo, no sentido de desenvolver fontes renováveis de energia.