Num direito de resposta enviado ao semanário português Expresso, na sequência da publicação do artigo "Presidente de Angola continua cerco à família de Eduardo dos Santos. Burla ao BNA gera "comissão" de 24 milhões de dólares em Portugal", Bastos de Morais garante que as contas bancárias congeladas nas Ilhas Maurícias não resultam de qualquer desvio de verbas do Fundo Soberano de Angola (FSDEA).
Perante a alegação, do jornal luso, de que esses activos, estimados em 206 milhões de dólares, têm na sua base "recursos que terão sido alegadamente desviados do Fundo Soberano", o empresário esclarece que esse montante corresponde "a comissões legitimamente cobradas pela Quantum Global pela gestão de activos durante quatro anos".
Segundo o gestor, essa informação está suportada "por contratos e facturação, em linha com as melhores práticas do mercado", e que comprovam que a sua empresa criou valor para o Fundo Soberano.
Para além de descartar a ilicitude dos movimentos bancários, Bastos de Morais reafirma que não teve qualquer participação na transferência que conduziu à constituição como arguido do ex-presidente do conselho de administração do FSDEA, José Filomeno dos Santos, Zénu.
"Nenhuma empresa associada ou relacionada directa ou indirectamente comigo ou com o grupo Quantum Global teve ou tem qualquer participação ou relação com as transferências dos 500 milhões de dólares ou dos 24 milhões da comissão. Ninguém da nossa organização foi contactado por qualquer autoridade relativamente a esta matéria", sublinha o empresário.
Bastos de Morais, apontado como o "homem-forte" de Zénu durante a sua gestão do Fundo, explicou também que não tem qualquer sociedade com o filho do ex-Presidente da República desde 2013.
O suíço-angolano desmente ainda que tenha havido "descaminho" dos 5 mil milhões de dólares que compõem os recursos do Fundo.
"O Estado Angolano sempre teve e tem pleno conhecimento que os mesmos se encontram em contas bancárias tituladas pelo Fundo Soberano de Angola ("FSDEA") ou entidades participadas por este, dependendo a respectiva movimentação de apertado controlo das entidades das Maurícias", assinalou.