A Covid-19 está a contribuir, particularmente no sector bancário, para a aceleração da digitalização em Angola, bem como para a formação e adaptação das pessoas às novas tecnologias, o que se traduz num conflito de gerações, revelou esta quarta-feira, 18, em Luanda, o presidente da Edicenter, Nuno Fernandes.

Questionado pelo NJ, à margem da 3.ª Conferência sobre Transformação Digital na Banca, decorrida numa iniciativa da revista Economia & Mercado, o gestor reconheceu que, não obstante os males provocados pela pandemia, a Covid-19 veio acelerar imenso e quase saltar duas gerações no processo de digitalização da banca, daí a necessidade de passar a mensagem de actualização do processo de digitalização que agora está a incrementar-se.

"A digitalização está a acelerar a formação das pessoas e a sua adaptação a novas necessidades", salientou Nuno Fernandes, que considera a situação "um ciclo novo na nossa vida".

O PCA da Edicenter considera a digitalização da banca uma conquista, uma vez que aquilo que estava preparado para ser feito em 10 anos está a ser executado praticamente em cinco meses ou numa velocidade quase de "cruzeiro".

Neste sentido, defendeu haver quadros mais bem formados a todos os níveis, quer do lado do usuário dos serviços, quer de quem detém a tecnologia para servir, embora somente 10 a 15% da população angolana tenha acesso à internet.

"Se virmos bem, a relação na banca está a deixar de ser uma relação no balcão para sê-la "win-win" (que traduzida para português significa ganha-ganha) com o cliente, através dos meios digitais. Isto é brutal e exige da banca uma capacidade tecnológica muito maior e de processos", referiu.

A título de exemplo sobre as necessidades de os utentes se adaptarem às tecnologias digitais, o responsável sublinhou ter passado por um aeroporto, onde o processo de despacho de bagagem era efectuado por máquinas, tendo visto pessoas aflitas, porque estavam a falar com engenhos.

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