A informação foi avançada pelo porta-voz dos Serviços de Investigação Criminal (SIC) no Namibe, André Marcelino, que explicou que o produto apreendido na estação dos caminhos-de-ferro tinha como destino a República da China e que a carga foi apreendida por falta da documentação que autoriza a exploração e circulação de madeira.
Segundo o porta-voz do SIC, em declarações à Angop, "têm sido intensificados os serviços de fiscalização".
"Vamos continuar apertar o cerco a todos os infractores, sendo que o Namibe tem servido de ponto de exportação de madeira, através do seu porto comercial", afirmou.
O Ministério da Agricultura e Floresta (MAF) emitiu um comunicado, no dia 30 de Janeiro, que dava conta de que proibia o corte, a circulação e transporte de madeira em toro e serrada em todo o território angolano a partir da meia-noite de 31 de Janeiro, altura em que também cessou a campanha de exportação florestal 2017.
Na mesma nota, o MAF prometia mão pesada para os infractores e afirmava que o não cumprimento da norma levaria "à apreensão e confisco a favor do Estado do produto e dos equipamentos utilizados no transporte".
De referir que, no dia 09 Janeiro, o Secretário de Estado para as Florestas, André Moda, disse que a campanha florestal 2018 contará com um novo modelo de licenciamento, baseado em contratos de concessão de exportações florestais, "o que vai conferir maior segurança jurídica aos agentes económicos".
Na ocasião, André Moda, Secretário de Estado para as Florestas, disse aos jornalistas que no âmbito da estratégia da diversificação da economia, a madeira foi catalogada como produto estratégico e espera-se que o seu aproveitamento traga receitas para os cofres do Estados, tal como acontece com os diamantes, rochas ornamentais e petróleo.
"A campanha florestal 2017 foi prejudicada por diversas situações que provocavam constrangimentos no processo normal de corte, transportação e fiscalização da madeira", sendo o abate ilegal uma das principais causas desses constrangimentos, onde constam ainda as queimadas, entre outros.
Angola possui uma superfície de florestal avaliada em 69,3 milhões de hectares, o que representa 55,6% da sua superfície territorial, e uma reserva de madeira em 4,5 mil milhões de metros cúbicos de madeira comercial, um volume que não coloca em risco a sustentabilidade da floresta.
A exploração comercial das florestas angolanas rendeu ao Estado mais de 1,5 mil milhões de kwanzas durante o ano de 2017.