"Questões operacionais e técnicas, especialmente nos poços ao largo de Angola, bem como uma falta de investimentos na prospecção, empurraram a produção para menos 250 mil barris nos últimos dois anos", lê-se no artigo.
O texto alerta ainda que "a falta de entusiasmo nas perspectivas de exploração, juntamente com um declínio sustentável na produção petrolífera, significa que os dias de forte produção podem estar terminados se o Governo não conseguir estimular a actividade nos projectos de águas mais profundas".
A Sonangol, vinca esta agência de informação especializada em energia, "tem estado em discussões activas com as petrolíferas internacionais nos últimos meses fazendo pequenas alterações aos termos fiscais dos contratos para tentar reavivar o sector de águas profundas ao largo da costa".
A grande esperança de Angola, lê-se no artigo, é o poço Kaombo, no Bloco 32, que deve entrar em funcionamento em meados deste ano, encarado como a única hipótese de o país manter ou aumentar a produção petrolífera, da qual depende para equilibrar o orçamento.
Segundo a Agência Internacional da Energia, a produção petrolífera em Angola deve cair 370 mil barris diários para 1,29 milhões nos próximos seis anos, até 2023.
A produção petrolífera angolana aumentou em Fevereiro, face ao mês anterior, em 17.100 barris por dia, aproximando-se da Nigéria, que iniciou 2018 no topo dos produtores africanos, segundo a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
De acordo com o último relatório mensal daquela organização, relativo a Fevereiro, Angola atingiu no segundo mês do ano uma produção diária média de 1,613 milhões de barris de crude (após revisão da OPEP ao relatório de Janeiro), com dados baseados em fontes secundárias.
Com este registo, em volume produzido, Angola continua atrás da Nigéria, país que viu a sua produção igualmente aumentar em Fevereiro, em 24.900 barris diários, para uma média de 1,806 milhões de barris por dia, de acordo com os mesmos dados da OPEP, igualmente com base numa revisão aos de Janeiro.
Durante praticamente todo o ano de 2016 e até Maio de 2017, Angola liderou a produção de petróleo em África, posição que perdeu desde então para a Nigéria.
Angola enfrenta desde final de 2014 uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da forte quebra nas receitas petrolíferas.
Em menos de dois anos, o país viu o preço do barril exportado passar de mais de 100 dólares para vendas médias, no primeiro semestre de 2016, de 36 dólares por barril, segundo dados do Ministério das Finanças de Angola.
Desde o início de 2017 que as vendas de petróleo angolano têm estado, em regra, acima dos 50 dólares por barril no mercado internacional, tendo, entretanto, tocado nos 70 dólares.