A justificação apresentada por Trump para esta tomada de decisão é a "má gestão" da pandemia de Covid-19 pelo organismo internacional.
"Ordeno a suspensão do financiamento para a Organização Mundial da Saúde enquanto estiver a ser conduzido um estudo para examinar o papel da OMS na má gestão e ocultação da disseminação do novo coronavírus", afirmou Donald Trump, citado pela agência France-Presse.
Segundo Donald Trump, "o mundo recebeu muitas informações falsas sobre a transmissão e mortalidade" da doença Covid-19.
Para o Presidente dos Estados Unidos, se a OMS "tivesse feito o seu trabalho e enviado especialistas médicos para a China", para averiguar a "situação no local", a pandemia poderia "ter sido contida na fonte com pouquíssimas mortes".
Outra das justificações apresentadas por Trump é a diferença entre a contribuição dos EUA e a China para a OMS.
o Presidente americano diz que os EUA contribuem com "400 a 500 milhões de dólares por ano" para a OMS, enquanto a China entrega 40 milhões de dólares, ou "ainda menos.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, juntou-se a Trump nas críticas à OMS, acusando-a de não "agiu de forma correcta desde o início" e pedindo uma "mudança radical" na forma como opera.
Pompeo admite que, "no passado, a OMS fez um bom trabalho", para logo depois criticar a "tendência pró-chinesa" da organização na esfera das Nações Unidas, tal como o Presidente tem vindo a fazer.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, já veio dizer que este "não é o momento de reduzir o financiamento das operações" da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou de qualquer outra instituição humanitária que combata o vírus" responsável pela pandemia da Covid-19.
"A minha convicção é que a Organização Mundial da Saúde deve ser apoiada por ser absolutamente essencial aos esforços do mundo para ganhar a guerra contra a Covid-19", destacou Guterres, voltando a defender o que já tinha dito na semana passada quando Trump manifestou a intenção de deixar de financiar a organização.
"Uma vez voltada a página desta epidemia, será tempo de rever para compreender como uma tal doença pode acontecer e alastrar tão rapidamente a sua devastação por todo o mundo", afirmou.
"As lições aprendidas serão essenciais para gerir eficazmente desafios semelhantes, se surgirem no futuro", acrescentou.
"Mas este não é o momento (...) e também não é o momento de reduzir os recursos para as operações" da OMS no combate contra a pandemia, salientou, defendendo que "o momento agora deve ser de unidade da comunidade internacional para trabalhar em conjunto, de forma solidária, para deter este vírus e consequências esmagadoras".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já provocou mais de 126 mil mortos e infectou mais de 1,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Os Estados Unidos registam o maior número de mortes, contabilizando 26.057 até hoje, e também o que tem mais infectados, mais de 600 mil casos confirmados.