No 'site' da revista brasileira, lê-se que a quantia, que tinha sido pedida por Michel Temer a Marcelo Odebrecht em 2014, foi entregue a Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, e ao advogado José Yunes, amigo, assessor especial de Michel Temer e um dos seus conselheiros mais próximos durante a campanha eleitoral de 2014.
Em 82 páginas, Claudio Melo Filho, que está a colaborar com a justiça prestando informações em troca de eventual redução de pena, contou como a empreiteira comprou, com subornos bilionários, integrantes dos poderes executivo e legislativo.
A edição electrónica da Veja de hoje avançou ainda que deputados, senadores, ministros, ex-ministros e assessores da ex-presidente Dilma Rousseff também receberam subornos, tendo o dinheiro ilícito chegado a pessoas de todos os partidos.
Para provar as suas declarações, Cláudio Melo Filho apresentou emails, extractos telefónicos e folhas de cálculo, inclusive uma mensagem em que o ex-presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, combinava pagamentos a políticos importantes, referindo-se a eles como "Justiça", "Boca Mole", "Caju", "Índio", "Caranguejo" e "Botafogo".
No início de agosto, a mesma revista avançou que Marcelo Odebrecht contou às autoridades que Michel Temer lhe pediu apoio financeiro num jantar com membros do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), em 2014, e que lhe doou 10 milhões de reais.
Na altura, a revista citou o gabinete de Michel Temer, que confirmou o jantar e a discussão sobre o "apoio financeiro da empresa de construção Odebrecht para a campanha eleitoral do PMDB", garantindo que ele ocorreu em "concordância total com a legislação eleitoral" brasileira.
Michel Temer nunca foi acusado na Operação Lava Jato, que investiga um mega esquema de corrupção na Petrobras e que envolve dezenas de políticos, incluindo alguns dos seus aliados.
O Presidente brasileiro, Michel Temer, repudiou sexta-feira "com veemência" as "falsas acusações" do ex-director de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho sobre entrega de dinheiro em espécie a pessoas próximas do chefe de Estado.
Temer refuta acusações
"O Presidente Michel Temer repudia com veemência as falsas acusações do senhor Cláudio Melo Filho. As doações feitas pela construtora Odebrecht ao PMDB [Partido do Movimento Democrático Brasileiro] foram todas por transferência bancária e declaradas ao TSE [Tribunal Superior Eleitoral]", segundo uma nota da assessoria da Presidência.
No comunicado, lê-se ainda que "não houve caixa dois [saco azul], nem entrega em dinheiro a pedido do Presidente".