O denominado "Rassemblement" da oposição, liderado por Félix Tshisekedi, da União Democrática para o Progresso Social (UDPS), tinha garantido que a ordem das autoridades congolesas proibindo as manifestações para exigir a imediata saída de Joseph Kabila (na foto) do poder não teriam efeito e a população iria para as ruas protestar.
No entanto, como relata hoje a generalidade da imprensa congolesa, isso não veio a acontecer porque desde as primeiras horas de hoje as forças de segurança posicionaram fortes aparatos nos pontos-chave das capitais provinciais, com destaque para Kinshasa, onde a polícia nas ruas foi mais visível, deixando a capital do país semiparalisada mas sem manifestantes.
Esta manifestação tinha sido convocada sob pretexto de que o Presidente Kabila estaá, mais uma vez, a recorrer a expedientes para adiar as eleições presidenciais, desta feita para Dezembro de 2018.
AS eleições gerais já deveriam ter tido lugar em Dezembro de 2016, mas um acordo de última hora entre o Presidente e a oposição permitiu a criação de uma governo de transição para as eleições que deveriam ocorrer ainda este ano.
Mas, mais uma vez, e sob a mesma justificação - a ausência de um registo eleitoral completo -, as eleições foram agora adiadas para o fim do próximo ano, contra a opinião da oposição, mas com o benefício da dúvida das organizações internacionais, incluindo ONU e União Africana, e de países como os EUA, para contentamento de Kabila.
O único senão para o Presidente congolês é que todos eles afirmaram que não serão tolerados novos adiamentos e Kabila terá mesmo de deixar o poder porque já cumpriu os dois mandatos consecutivs permitidos pela Constituição.
Durante os meses de Setembro e Dezembro do ano passado, para reivindicar a realização das eleições, foram organizadas manifestações pela oposição das quais resultaram pelo menos 200 mortos.