A par do sucesso dos seus ataques à frota naval da Rússia do Mar Negro, através de enxames de drones aquáticos, que já afundaram perto de uma dezena de navios, a Ucrânia está a conseguir atingir Moscovo nas suas fronteiras fora da zona de conflito directo.
Isso mesmo ficou provado com duas realidades anunciadas pelos próprios media russos, a primeira é que o comandante da frota do Mar Negro, almirante Nikolai Yevmenov, foi destituído após mais uma embarcação ao fundo, pelo almirante Alexander Moiseyev.
E a outra é que as autoridades da região de Belgorod, que há vários dias está a ser flagelada de forma indiscriminada pelas forças ucranianas, com dezenas de civis mortos pelsa artilharia e misseis de Zelensky, acabam de anunciar a retirada de mais de 9 mil crianças desta nova linha da frente.
Entretanto, como a agência Lusa noticiou esta terça-feira, os Estados Unidos voltaram a garantir, através do secretário da Defesa, Lloyd Austin, que "não vão deixar cair a Ucrânia"
Os Estados Unidos "não vão deixar cair a Ucrânia", garantiu o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, enquanto a ajuda dos Estados Unidos para armamento continua bloqueada no Congresso de Washington
Austin falava aos jornalistas na abertura de uma reunião do grupo de contacto dos aliados da Ucrânia, responsável pela coordenação do apoio militar ao país, na base aérea americana de Ramstein, na Alemanha.
Hoje realiza-se a 20ª reunião do Grupo de Contacto de Defesa da Ucrânia, que tem sido a principal organização de coordenação para a entrega de armas e outras ajudas à Ucrânia.
No discurso de abertura, Lloyd Austin disse que a Rússia pagou um "custo impressionante" pela guerra, repetindo as estimativas de que pelo menos 315.000 soldados russos foram mortos ou feridos na guerra, que custou até 211 mil milhões de dólares.
"As tropas ucranianas enfrentam condições difíceis e combates duros. E os civis da Ucrânia enfrentam uma barragem constante de mísseis russos e drones iranianos", disse Austin.
"Mas a Ucrânia não vai recuar. E os Estados Unidos também não", acrescentou.
A reunião de Ramstein ocorre uma semana depois de os responsáveis pela defesa dos EUA terem conseguido utilizar 300 milhões de dólares em poupanças contratuais para financiar um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia, retirando armas armazenadas pelo Pentágono.
Foi a primeira tranche de armas enviada desde dezembro do ano passado.
Os fundos - a que os funcionários chamaram uma "injecção única" - permitiram ao Departamento de Defesa utilizar a autoridade presidencial para retirar armas e equipamento dos paióis do Pentágono e enviá-los para a Ucrânia.
O dinheiro é depois utilizado para adquirir peças de substituição garantindo material bélico disponível para as Forças Armadas dos Estados Unidos mas, nos últimos três meses, os dirigentes norte-americanos insistiram que não podiam retirar mais armas porque não tinham mais fundos para a reposição.
O Congresso encontra-se num impasse há vários meses sobre uma nova proposta suplementar sobre 95 mil milhões de dólares que inclui cerca de 60 mil milhões de dólares de ajuda à Ucrânia.
As autoridades norte-americanas afirmam que existe um apoio bipartidário para o pacote de ajuda, mas vários republicanos opõem-se e o Presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, recusou-se a levar o projecto de lei à votação.
Os responsáveis pela defesa continuam a alertar para o facto de a Ucrânia continuar a ser fortemente ultrapassada pela Rússia no campo de batalha e registam os relatos das tropas ucranianas sobre racionamento ou falta de munições nas linhas da frente.
Em fevereiro, as tropas ucranianas retiraram-se da cidade oriental de Avdiivka, onde os defensores, em menor número, resistiram a um ataque russo durante quatro meses.
As tropas queixaram-se de ter poucas munições, enquanto enfrentam uma barragem constante de ataques aéreos de armas não guiadas da era soviética, equipadas com um sistema de orientação por navegação, bem como drones explosivos com sensores de movimento.