De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), alguns deles foram recebidos pelos seus familiares noutros outros locais, mas muitos refugiaram-se em escolas ou abrigos em cidades como Tal Amr, Hasakeh ou Raqa.
Segundo o escritório humanitário da ONU, cerca de 400.000 pessoas na área podem precisar de assistência e protecção nos próximos dias.
As Nações Unidas também alertaram que os hospitais públicos e privados de Ras al-Ain e Tal Abyad fecharam na sexta-feira e que mais de 400.000 pessoas ficaram sem abastecimento de água em Hasakeh, incluindo 82.000 residentes dos campos de refugiados de Al-Hol e Areesha.
A Turquia organizou esta ofensiva na Síria para combater as milícias curdas na região.
Perto de Tal Abyad, registam-se hoje "violentos combates" em Suluk, onde as forças turcas conquistaram alguns "sectores", referiu o Observatório dos Direitos Humanos (OSDH). Os ataques aéreos turcos também atingem esta área.
Um oficial das Forças Democráticas da Síria (FDS), principal coligação de combatentes curdos e árabes que controla grandes áreas no norte e nordeste da Síria, confirmou o conflito.
"Os turcos estão a tentar assumir o controlo, mas há confrontos violentos com nossas forças", disse o oficial.
Noutra frente, em Ras al-Ain, as forças curdas fizeram recuar os militares turcos e os seus apoiantes, segundo o OSDH.
"A luta continua nos arredores ocidentais de Ras al-Ain".
Durante a noite, 17 manifestantes foram mortos em Ras al-Ain ou por atiradores das forças curdas, como quatro combatentes do FDS, segundo o Observatório.
Desde quarta-feira, 85 combatentes curdos e 38 civis foram mortos na violência, segundo o último balanço do OSDH.
No sábado, Ancara anunciou que tinha conquistado Ras al-Ain, mas o FDS e o OSDH negaram.
"As forças turcas e os apoiantes de Ancara recuaram em várias áreas onde avançaram no dia anterior", disse um integrante das FDS.
Outro oficial das FDS, estacionado em Ras al-Ain, também relatou a retirada das forças turcas. As FDS usaram "túneis subterrâneos" para apanhar os agressores de surpresa.
Outras organizações internacionais alertaram sobre uma nova tragédia humanitária na Síria.
A Turquia declarou que o objectivo da ofensiva é combater e afastar da região a milícia curdo-síria Unidades de Proteção Popular (YPG, integrante das FDS), que os turcos consideram uma organização terrorista por suas ligações com a insurgência curda na Turquia.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse na sexta-feira que a Turquia não vai parar até que o YPG, que forma a espinha dorsal da força terrestre apoiada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico (EI), se retire para pelo menos a 32 quilómetros da sua fronteira.