O Presidente da República declarou à TPA que, apesar de Angola ter fechado fronteiras, a lei contempla excepções, nomeadamente no que à política externa diz respeito. Entre as exceções estão também os voos autorizados para transportar angolanos que queriam regressar ao país e cidadãos portugueses que queriam ir para Portugal
"Autorizámos a entrada de cidadãos angolanos que se encontravam em países de risco, em Lisboa e no Porto por serem nacionais e tinham bilhete de regresso praticamente em cima da altura em que saiu o decreto, sabendo que corríamos o risco de entre eles haver um outro infectado, afirmou.
No âmbito das excepções foram também autorizados voos de algumas companhias petrolíferas e de repatriamento de cidadãos portugueses.
"Deixámos que aviões de países de risco entrassem no nosso espaço no quadro de uma missão humanitária que está prevista no decreto", reforçou.
Sobre a sua deslocação à Namíbia, Lourenço lembrou que não se trata de um país de alto risco e sublinhou que "tiveram o bom senso de alterar" a cerimónia inicial , que estava prevista para um estádio, coincidindo com o 30.ºaniversárip da independência do país, acabando por ser realizada no Palácio Presidencial onde ficou apenas 3 horas.
O PR destacou que as relações entre os dois países, "mais do que de amizade são de irmandade", e que outros vizinhos da Namíbia como o Zimbabué ou o Botsuana estiveram também presentes.
"Entendemos que devíamos ter em conta um ponto de equilíbrio: por um lado respeitar as medidas que nós próprios definimos, por outro, respeitar e honrar esses laços de amizade e irmandade", afirmou.
"Temos sentido de responsabilidade e sentido de Estado", acrescentou, considerando ainda que as críticas à sua deslocação demonstram que "os cidadãos angolanos têm liberdade para se expressar" e exercem o seu "direito de opinarem se agiu bem ou mal".
Angola anunciou este sábado os primeiros dois casos positivos de infecção por coronavirus, referentes a dois cidadão nacionais que chegaram nos dias 17 e 18 de Março de Portugal.