O Novo Jornal Online contactou o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, a propósito do anúncio da CASA-CE, tendo este afirmado que o partido está reunido e só ao início da tarde será divulgada a sua posição. Está agendada para hoje uma declaração pública do presidente do partido, Isaías Samakuva.
No entanto, na sua página do Facebook, a coligação liderada por Abel Chivukuvuku diz que, está a "trabalhar em conjunto(com a UNITA) numa união de esforços e troca de dados para formalização da queixa e impugnação, por formas a obterem razão para actos de maior proporção previstos pela constituição e leis".
E ainda que está a preparar "um ciclo de protestos que vai desde a impugnação da CNE, junto do Tribunal Constitucional, pelo seu procedimento a favor do MPLA" e "fazer recurso a manifestações e outros actos de contestação de massas e de rua, caso a CNE não recue".
A CASA-CE refere-se à divulgação de resultados provisórios, com 98 por cento dos votos contados, que dão a vitória clara ao MPLA, com mais de 61 por cento, relegando a UNITA para a segunda posição, com 26, 4% e a CASA-CE em terceiro, com 9, 49.
"A UNITA e outras forças concorrentes tomaram a mesma atitude o que se nos oferece dizer que a oposição está unida para acções concertadas contra a CNE", diz ainda a nota da Coligação, sobre a qual o porta-voz da UNITA admitiu comentar apenas depois da reunião do seu núcleo dirigente, que está a decorrer durante o dia de hoje.
Recorde-se que a UNITA, através do seu mandatário junto da CNE, José Pedro Catchiungo, já tornou publica a decisão do partido de, através das acatas síntese produzidas pelas assembleias de voto, vir a terreiro "desmontar" os resultados divulgados pela CNE.
Os números que estão a ser compilados pela UNITA fundamentam-se nas actas-síntese das assembleias de voto, forçosamente assinadas pelos delegados de lista presentes durante a contagem e depois afixadas no local da votação.
É com estes números como suporte que o partido liderado por Isaías Samakuva diz que apenas o MPLA e a UNITA podem ganhar, mas por diferenças mínimas que abrem caminho às coligações contra o partido no poder, e já admitidas pelos principais partidos da oposição.
CNE introduz nuance sobre divulgação de resultados
A porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Júlia Ferreira, disse ontem que os resultados já divulgados, que são provisórios, e que dão uma esmagadora vitória ao MPLA, não foram produzidos apenas a partir das acta-síntese, mas também de "um conjunto de outros elementos".
"O apuramento não é feito só com actas, mas com um conjunto de outros elementos, de outros documentos, que reflectem todas as ocorrências verificadas nas mesas das assembleias de voto", afirmou.
"Portanto, há uma série de exercícios e procedimentos que têm que ser feitos para que as províncias façam o apuramento provincial, por isso é que mesmo que os partidos tenham em posse as actas sínteses das assembleias de voto e a acta das operações eleitorais, é preciso perceber que há um conjunto de elementos que concorrem para o apuramento provincial e que concorrem para o apuramento nacional e esta informação não está ao dispor dos partidos", adiantou.
Acrescentou que o centro de escrutínio nacional foi equipado com soluções tecnológicas e 'software' adequado, para que todo o processo de apuramento e de escrutínio seja feito, tendo em conta estas ocorrências e informações "que só podem ser tratadas nos centros de escrutínios".
"E foi por isso que fizemos a devida adequação", indicou Júlia Ferreira, com diversos serviços multifuncionais, que foram criados, nomeadamente, os dois centros de gravação, uma área para dar tratamento e apreciar as questões das incidências.
"Tudo isto, todas estas operações, é que fazem o apuramento e o escrutínio e estes mecanismos os partidos políticos não dispõem", reiterou.
A porta-voz da CNE sublinhou que a nível das províncias, o prazo que a lei estabelece é até sete dias para a divulgação dos resultados e a nível nacional é até 15 dias, para a divulgação dos resultados.
"Vamos aguardar com serenidade, o processo está a decorrer bem, estamos em tempo legal, estamos a cumprir o período estabelecido na lei, e o apelo que a Comissão Nacional Eleitoral faz é que os eleitores, os cidadãos, o povo em geral, continue a aguardar com a mesma serenidade, assumindo a mesma postura, o mesmo civismo, a mesma confiança pela CNE como tem assumido até agora", referiu