"O congresso terá duas notas fundamentais, que são a consolidação do processo de transição política e a reafirmação da liderança de João Lourenço como presidente do MPLA", disse o porta-voz do partido Albino Carlos.

O Bureau Político do MPLA apreciou nesta terça-feira, 25, os documentos de referência para a realização do VIII Congresso Ordinário, previsto para Dezembro de 2021, que, entre outros, deverá garantir a renovação em 55 por cento da composição dos órgãos colegiais intermédios e nacional.

O comunicado de imprensa desta III reunião ordinária, orientada pelo presidente do partido, João Lourenço, indica que o Bureau Político deliberou para o estabelecimento de uma cifra até 50% do género feminino na composição dos órgãos colegiais intermédios e nacional do MPLA.

A nota destaca também a atribuição de uma cifra de 35% para a representação da juventude, com idade compreendida entre os 18 e os 35 anos.

O Bureau Político aprovou a indicação de Joana Tomás para candidata ao cargo de secretária-geral da Organização da Mulher Angolana (OMA), a ser eleita no VII congresso ordinário da organização feminina do MPLA, previsto para Março de 2021.

Num comentário a esta decisão do MPLA, o analista político Esteves Simão Buanga disse ao Novo Jornal que "o MPLA deveria ter candidaturas abertas e múltiplas à presidência do partido. Aquilo que acontece na UNITA deveria servir de exemplo para o MPLA".

O também professor universitário referiu ainda que a ausência de mais candidatos deixa evidente a dificuldade de uma democratização interna no MPLA.

Um outro analista político, Firmino Dércio Samuel, entende que com mais candidaturas à presidência do partido, o MPLA demostraria que estava a dar passos e está preocupado com a democratização no País.

"Neste exercício, a oposição mostra-se ser mais liberal, apesar de ainda terem que se aperfeiçoar" referiu, salientando que no caso da OMA também deveria haver mais candidaturas "pelas mesmas razões".