A iniciativa empresarial conta com a facilitação da Presidência da República dos dois países, escreve a edição desta semana do semanário Expresso.
Segundo o jornal português, "João Lourenço já terá manifestado interesse em que o empresariado angolano se faça representar ao mais alto nível, caso o encontro se concretize".
O plano, segundo adianta a publicação, colocou em acção dois ex-governantes portugueses com ligações a Angola. Nomeadamente o antigo vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores, Paulo Portas, e o ex-ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, que hoje trabalham como consultores internacionais de negócios.
De acordo com o Expresso, tanto Relvas como Portas - que exerce funções de vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa - deslocaram-se recentemente à Cidade Alta, onde se reuniram com o Presidente João Lourenço.
A "ofensiva" económica surge, assim, como a nova frente para desanuviar a tensão que se instalou nas relações bilaterais, depois do encontro que, na semana passada, juntou o Chefe de Estado angolano e o primeiro-ministro português.
Embora a reunião tenha terminado com palavras de apaziguamento e declarações de amizade, o facto de as visitas bilaterais ao mais alto nível permanecerem congeladas sugere que, até novos desenvolvimentos, as relações continuam em xeque.
O diferendo promete resolver-se nos próximos dias, a partir da resposta do Tribunal da Relação de Lisboa ao pedido das autoridades angolanas para julgarem Manuel Vicente.
A hipótese, que começou por ser rejeitada pela Justiça lusa - que disse mesmo não confiar na congénere angolana -, renasceu na semana passada, com a decisão dos tribunais portugueses de autonomizarem a acusação contra o ex-vice-Presidente de Angola, que começou por estar acoplada a de outros três arguidos.
Em causa estão suspeitas de corrupção, envolvendo um antigo procurador do Ministério Público português, acusado de ter recebido 760 mil euros de Manuel Vicente para arquivar investigações em que o político era visado.