João Lourenço visitou Benguela pela última vez em Novembro de 2019, convicto de que ""os produtos do campo dariam suporte a um dos maiores complexos industriais de Angola"", mas a realidade do momento, com a qual vai ser confrontado este sábado, 20, mostra um cenário de penúria alimentar provocado pela seca, fenómeno que afecta 215 mil camponeses, segundo a versão oficial.
Da inauguração do complexo ""Leonor Carrinho"", produto de um investimento de quase 600 milhões de dólares, aos dias de hoje, emerge, conforme observações críticas, um vazio em termos de políticas públicas para uma actividade agrícola sem dependência da chuva.
Na altura, inauguradas que estavam as 17 fábricas, já o PR ouvia de um dos gestores do complexo, o empresário Nelson Carrinho, que o País devia ""deixar de importar miséria"" e procurar soluções locais, particularmente no domínio alimentar.
""Temos tudo, muito potencial, podemos ser um país competitivo"", alertava o homem de negócios.
Esta retrospectiva dos ecos da última visita ajuda a compor o estado da província que JLo vai encontrar neste sábado, numa jornada que engloba, de acordo com fonte oficial contactada à hora do fecho desta edição, uma deslocação à fábrica têxtil, há muito, para não variar, travada por falta de soluções no campo (algodão).
Falar de Benguela é, pois, falar de uma província que viu a seca destruir mais de 200 mil toneladas de bens alimentares diversos, qualquer coisa como 94% da safra prevista.
Os números oficiais dizem que as colheitas andam em 4 mil toneladas, bastante irrisórias para uma área de trezentos mil hectares.
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