Numa declaração proferida hoje em Viana, onde está a decorrer a reunião da Comissão Política do Comité Permanente do "Galo Negro", Isaías Samakuva, que dirige a UNITA desde 2003, pouco depois da morte do líder histórico e fundador do partido, Jonas Savimbi, em 2002, lembrou que já tinha dito que iria deixar a presidência a seguir as eleições.
Samakuva tinha afirmado por mais de uma vez que deixaria de ser líder do partudo para se dedicar a outras funções, no caso de ter vencido as eleições gerais de 23 de Agosto como Presidente da República, mantendo a decisão, apesar de ter sido o segundo candidato mais votado nas eleições ganhas pelo agora Presidente da República, João Lourenço.
O presidente da UNITA conduziu os destinos do maior partido da oposição desde 2003, um ano depois da morte em combate do líder histórico, Jonas Savimbi, episódio que conduziu Angola ao fim da guerra que vinha desde que o país conquistou a independência, em 1975.
Na 4ª ordinária da Comissão Política do Comité Permanente do "Galo Negro" vai ser discutido o processo eleitoral e definido o futuro do partido, podendo mesmo ser avançada uma data para a realização da próxima reunião da Comissão Política, na qual deverá ser definida a do próximo Congresso onde será eleito o novo presidente da UNITA.
Isaías Samakuva tem marcado a sua liderança, ao longo de quase 15 anos, com uma postura considerada como serena e combativa, apostando sempre na manutenção da paz como um bem sem retorno, sendo uma das suas insistências a ideia de que ninguém quer ver de novo o pa+is em conflito armado.
Foi essa, também, a sua postura nos últimos dias, logo após as eleições, onde os resultados, que deram uma vitória esmagadora ao MPLA e ao seu candidato, João Lourenço, foram fortemente contestados pela oposição liderada pela UNITA, apelando e impondo a calma quando muitos dos militantes do "Galo Negro" exigiam a saída à rua para protestar.