Dos 500 milhões de kwanzas que o "Galo Negro" gastou no programa alargado das cerimónias de transladação dos restos mortais do antigo líder e fundador, os contributos ficaram-se pelos 80 milhões de kwanzas.
Foram 83 milhões, precisamente, avançou o Presidente da UNITA em conferência de imprensa, na segunda-feira, arrecadados graças aos contributos de amigos, simpatizantes e militantes do partido que Jonas Malheiro Savimbi fundou em 1966.
"Tivemos que nos contentar com o que conseguimos. A ajuda que nos foi prestada foi muito valiosa", disse, no entanto, Isaías Samakuva, que elogiou a postura do Presidente da República, João Lourenço, em todo este processo.
Jonas Savimbi morreu em combate a 22 de Fevereiro de 2002e desde então que a UNITA pugna por cumprir com o seu desejo manifestado em vida de ser sepultado no cemitério onde estão sepultados os seus pais, em Lopitanga, Andulo, província do Bié.
Na mesma conferência de imprensa, Samakuva admitiu que o seu partido vai analisar igualmente os casos pendentes referentes a outros antigos dirigentes mortos durante o conflito sobre os quais é o Governo que ficou responsável pelos seus restos mortais.
Sobre a eventualidade de a UNITA ter, igualmente, ficado responsável pelos restos mortais de dirigentes ou antigos comandantes militares das FAPLA/MPLA, nomeadamente quanto à localização das suas sepulturas, Isaías Samakuva garantiu que tal não sucede.
"É uma matéria que se pode ser abordar no âmbito da necessidade da reconciliação nacional, mas devo dizer que a UNITA não tem os corpos de ninguém" que possa ou deva identificar e informar sobre a sua localização, disse.
"Os que morreram no campo de batalha são muitos, tanto de um como do outro lado, e se formos a falar caso a caso, muitos deles estão em túmulos desconhecidos", disse o líder do "Galo Negro" acrescentando que "dos males do conflito, culpados e responsáveis são todos".
Isaías Samakuva salientou que "o País precisa de abordar essas questões", o que já deveria ter sido feito "há muito tempo e sem tabus".
O presidente do maior partido da oposição em Angola, salientou, no entanto, que não são só os corpos de combatentes e de dirigentes que a UNITA pretende, mas reaver também o seu património que está nas mãos do Governo há muitos anos.
Durante a conferência de imprensa, Isaías Samakuva sublinhou ainda que no presente mês, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA vai reunir para definir uma data para o 13.º congresso do partido que teve acontecer este ano.