Sindika Dokolo escreveu ao ministro da Justiça da RDC, Alexis Thambwe Mwamba, para contestar a actuação da justiça no processo em que foi condenado a um ano de prisão por fraude imobiliária.
Na carta, citada pelo site Actualité.CD, o marido de Isabel dos Santos recorre a um pensamento do filósofo Montesquieu para enquadrar o seu protesto.
"Não há pior tirania do que aquela que se exerce à sombra das leis e com aparências de Justiça", assinal Dokolo na missiva, apelando ao governante congolês para 'salvar a face' dos tribunais.
"Gostaria de acreditar que as minhas opiniões e o exercício da minha cidadania não servem de pretexto para uma instrumentalização da justiça contra mim ou a minha família", escreve o coleccionador de arte, sublinhando que o seu irmão, Dokolo Luzolo, foi condenado pelos mesmos factos e com base na mesma queixa.
Em causa, especifica Dokolo, estão cinco imóveis, registados nas comunas de Gombe, Kasa-Vubu, Bandalungwa e Kimbanseke.
Para o empresário, o processo resume-se a "manobras grosseiras", que parecem ter um único fim: condená-lo a qualquer preço.
O motivo é aventado pelo próprio Dokolo: "Será que isto acontece por exercer o meu direito de cidadão e, em diversas ocasiões, ter denunciado a governação do meu país e apelado a uma mudança democrática, conforme consagrado na Constituição e nas leis da República?", questiona.
No final da missiva, na qual o genro do Presidente José Eduardo dos Santos também dá conta do recurso já apresentado no Tribunal de Grande Instância de Gombe - dizendo que o mesmo se encontra pendente -, o coleccionador reforça o apelo ao ministro Alexis Thambwe Mwamba.
"Espero que, já informado deste crime e no âmbito das suas responsabilidades, se digne a colocar a Justiça do nosso país ao abrigo do opróbrio (desonra pública) a que essas práticas a expõem inelutavelmente", exorta Dokolo.