Sobre a decisão de João Lourenço de exonerar a filha do anterior Chefe de Estado, Alcides Sakala, porta-voz da UNITA, sublinhou que "é um direito Constitucional que lhe cabe".
"A corrupção generalizada no país preocupa o novo Presidente e tem que tomar medidas", acrescentou, salientando que o despacho da exoneração não surpreende a UNITA.
Por outro lado, um dos vice-presidentes da CASA-CE, Manuel Fernandes, disse ao Novo Jornal Online que a gestão da Isabel dos Santos na Sonangol "não beneficiou os angolanos".
"Contratou expatriados em detrimento dos quadros angolanos. Ela teve uma má gestão. A medida do Presidente João Lourenço é bem-vinda", referiu Manuel Fernandes, salientando que a CASA-CE recebeu a notícia "com agrado".
O Presidente do PRS, Benedito Daniel, disse que João Lourenço já devia ter exonerado Isabel dos Santos.
"É um passo muito importante, porque a Sonangol está minada pela corrupção", afirmou Benedito Daniel.
A exoneração
O Presidente da República, João Lourenço, exonerou hoje Isabel dos Santos do cargo de presidente do conselho de administração da Sonangol, nomeando para o seu lugar Carlos Saturnino, que deixa assim as funções de secretário de Estado dos Petróleos.
Isabel dos Santos tinha sido nomeada pelo pai e ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos a 2 de Junho de 2016 e o seu mandato de cinco anos deveria terminar em 2021, como a própria sublinhou por diversas vezes.
Para o seu lugar entra Carlos Saturnino, que tinha sido nomeado secretário de Estado dos Petróleos, cerca de 10 meses depois de ter sido exonerado por Isabel dos Santos do cargo de presidente da Comissão Executiva da Sonangol Pesquisa & Produção (Sonangol P&P).
O Presidente da República nomeou para o lugar deixado vago por Carlos Saturnino Paulino Fernando de Carvalho Jerónimo, recentemente afastado pela empresária da petrolífera nacional, onde exerceu funções de administrador executivo e presidente da Comissão Executiva da Sonangol.
Recorde-se que Carlos Saturnino foi exonerado da Sonangol sob acusação da administração liderada por Isabel dos Santos de má gestão.
Na altura reagiu afirmando que não era nem ético nem correcto apontar responsabilidades a uma equipa que apenas esteve em funções pouco mais de 16 meses.
Na altura da exoneração da comissão executiva da Sonangol Pesquisa & Produção (Sonangol P&P), liderada por Carlos Saturnino, em Dezembro de 2016, o Conselho de Administração da petrolífera estatal emitiu um comunicado onde explica a exoneração avançando que a "Sonangol P&P é a empresa do grupo Sonangol que durante a avaliação efectuada apresentou as maiores debilidades de gestão e consequentemente de desvios financeiros".
Ainda no mesmo documento, a administração de Isabel dos Santos juntava que, a decisão surgia "alinhada com a postura do novo conselho de administração da petrolífera, de ser consequente com os princípios de rigor e transparência que baseiam a sua gestão".