Antes, o tribunal procedeu à leitura dos quesitos que comportam mais de 100 perguntas, que serão respondidas na próxima secção, que, segundo o juiz sará também o dia da decisão final, ou seja, o dia em que "Zenu" dos Santos e Valter Filipe vão poder conhecer as sentenças.
Para além de Zenu dos Santos e Valter Filipe, estão também a serem julgados os réus António Bule, alto funcionário do BNA, e o empresário Jorge Gaudens.
Os réus são acusados e pronunciados pelo Ministério Público (MP) pelos crimes de tráfico de influência, branqueamento de capitais e burla por defraudação e peculato.
Na última secção, o representante do MP, Pascoal Joaquim, solicitou ao tribunal a condenação de todos os arguidos em penas não inferiores a sete anos, para José Filomeno dos Santos e Jorge Gaudens, e não inferiores a dez para Valter Filipe e António Bule.
Na secção desta quinta-feira, o MP solicitou ao tribunal que acrescentasse nos quesitos se ficou provado que o então titular do poder Executivo revogou o despacho por si exarado, em que concordava com a assinatura do memorando de entendimento, e se o ex-ministro das Finanças Archer Mangueira, foi afastada de forma estanha do processo das negociações do suposto investimento.
Facto que levou o advogado Sérgio Raimundo, defensor do arguido Valter Filipe, a fazer lembrar ao tribunal que as questões levantadas pelo MP estão proibidas pela Constituição da República, que afirma que os actos praticados pelo Titular do poder Executivo, no exercício das suas funções, não são responsabilizadas criminalmente.
De seguida, o magistrado do MP voltou a solicitar ao tribunal que acrescentasse nos quesitos se ficou provado que os réus, Zenu dos Santos e Jorge Gaudens, celebraram um acordo de confiança com a empresa Perfect Bit Lda.
Facto que também foi contestado pelo advogado Bangula Quembo, que defende o réu Jorge Gaudens, tendo explicado que este acórdão não existe no processo e nunca foi discutido durante as secções de julgamento, o que considerou estranho.
Já o advogado do réu José Filomeno dos Santos, Gentil Simão, solicitou ao tribunal que acrescentasse nos quesitos se o seu constituinte participou em vários encontros por ordem do ex-Presidente da República ou não.
A próxima secção, que ainda não tem data marcada, será antecedida pela resposta dos quesitos, e só depois será feita a leitura do acórdão, que é aguardada com grande expectativa, por causa dos envolvidos.