Prevê-se que naquela que será a nona sessão haja novidades sobre as respostas ao questionário remetido ao Ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, feito a pedido do advogado do ex-governador do BNA, Sérgio Raimundo, logo na primeira sessão do julgamento, que teve início a 09 de Dezembro
O causídico defendeu, nas suas alegações, que é fundamental saber se foi o ex-Presidente que orientou, e como o fez, o ex-governador do Banco Central no contexto da transferência dos 500 milhões para um banco em Londres, Reino Unido. O colectivo de juízes acabou por concordar com o pedido da defesa e enviou ao Ex-Chefe de Estado um conjunto de perguntas.
Para Sérgio Raimundo, as respostas de José Eduardo dos Santos servirão para confirmar aquilo que o seu constituinte diz que aconteceu.
Por exemplo, "que executou ordens do Titular do Poder Executivo quando autorizou a saída dos 500 milhões USD para o Credit Suisse, em Londres".
A última sessão de 2019 ficou marcada pelas declarações de Valter Filipe, que afirmou correr risco de vida e ser "apenas capim" num processo em que estão envolvidas pessoas poderosas.
O antigo homem forte do Banco Nacional de Angola, que durante a sessão se sentiu mal durante o interrogatório, abandonou a sala em lágrimas, uma situação que levou o juiz a perguntar aos presentes se havia um médico na sala para socorrer o ex-governador do banco central.
O ex-responsável do banco central contou, sentado no banco dos réus, que já foi ameaçado de morte três vezes por "elementos não identificados".
Encerrada a audição dos arguidos Valter Filipe, ex-governador do BNA, José Filomeno da Silva, antigo presidente do Fundo Soberano de Angola, Jorge Gaudens Pontes Sebastião, empresário, e António Samalia Bule Manuel, ex-director do departamento de gestão de activos do Banco Nacional de Angola, nesta fase de produção de provas, a sessão de julgamento de terça-feira será dedicada à audição das testemunhas, três no total, além de 12 declarantes.
Como testemunhas serão ouvidos o ex-ministro das Finanças, Archer Mangueira, e o actual governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano. Deverão ainda ser ouvidos, na mesma sessão, o subdirector do Gabinete Jurídico do BNA, Álvaro Pereira, e o assessor Económico do ex-governador do BNA, João dos Santos Ebo.