Por detrás desta realidade está, segundo revelam vários especialistas, a forma como a Administração Trump ignorou o perigo, minimizando o risco de o país poder ser assolado pela pandemia de forma severa, embora, depois, com o avolumar de casos, o próprio Presidente tenha procurado recuperar o tempo perdido com medidas draconianas.
Até ao momento, mais de 55 mil pessoas foram infectadas nos EUA, com quase 800 mortos, com uma taxa diária de novos casos que já está, nas últimas 24 horas, a ser maior que a de Itália, onde a pandemia está a matar mais gente e a infectar o maior número de pessoas.
Para a OMS, este cenário, de forte aceleração no número de contágios, faz dos Estados Unidos um potencial novo epicentro da pandemia, embora isso não tenha ainda sido alcançado, apenas existe um sério risco de assim se revelar em breve.
Face a este problema, mais de 175 milhões de pessoas, em 17 dos 52 estados, foram colocadas em quarentena domiciliária obrigatória sendo Nova Iorque, de longe, o mais afectado, com 25 casos e 131 mortos.
OS EUA estão a ser apontados pelos especialistas como um mau exemplo pela forma como não estão a apostar e a seguir o conselho da OMS, que é "testar, testar, testar", apresentado um número muito baixo de testes, embora a pr"pria OMS admita que a situação está a mudar.
Entretanto, em Angola, para além de encomendas feitas pelo Executivo de mais 10 mil testes à China e 5 mil provenientes da OMS, para hoje estava previsto a chegada de um voo fretado pela Fundação Jack Ma e Alibaba, no âmbito de uma iniciativa global de combate à pandemia nos países africanos.
Neste voo estão a chegar 20 mil kits de testes, 100 mil máscaras médicas e 1000 peças de vestimentas de protecção.
Em todo o mundo, esta pandemia, dados actualizados perto das 11:20 de quarta-feira, 25, já infectou 425.493, matou 18.963 tendo 109.191 conseguido recuperar totalmente.
No continente africano, a doença já afecta a quase totalidade dos 54 países, com mais de 2 mil casos confirmados, cerca de 50 mortos, sendo o país com mais casos registados a África do Sul, com 709, seguindo-se o Egipto, com 402, e depois a Argélia, com 264. O país com mais mortos é o Egipto, onde já faleceram 20 pessoas vítimas desta doença.
Em Angola foram registados três casos, não havendo registo de novas infecções nas últimas 24 horas.
O vírus, o que é e o que fazer, sintomas
Estes vírus pertencem a uma família viral específica, a Coronaviridae, conhecida desde os anos de 1960, e afecta tanto humanos como animais, tendo sido responsável por duas pandemias de elevada gravidade, como a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), transmitida de dromedários para humanos, e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), transmitida de felinos para humanos, com início na China.
Inicialmente, esta doença era apenas transmitida de animais para humanos, mas, com os vários surtos, alguns de pequena escala, este quadro evoluiu para um em que a transmissão ocorre de humano para humano, o que faz deste vírus muito mais perigoso, sendo um espirro, gotas de saliva, por mais minúsculas que sejam, ou tosse de indivíduos infectados o suficiente para uma contaminação.
Os sintomas associados a esta doença passam por febres altas, dificuldades em respirar, tosse, dores de garganta, o que faz deste quadro muito similar ao de uma gripe comum, podendo, no entanto, evoluir para formas graves de pneumonia e, nalguns casos, letais, especialmente em idosos, pessoas com o sistema imunitário fragilizado, doentes crónicos, etc.
O período de incubação médio é de 14 dias e durante o qual o vírus, ao contrário do que sucedeu com os outros surtos, tem a capacidade de transmissão durante a incubação, quando os indivíduos não apresentam sintomas, logo de mais complexo controlo.
A melhor forma de evitar este vírus, segundo os especialistas é não frequentar áreas de risco com muitas pessoas, não ir para espaços fechados e sem ventilação, usar máscara sanitária, lavar com frequência as mãos com desinfectante adequado, ou sabão, cobrir a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, evitar o contacto com pessoas suspeitas de estarem infectadas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) organizou um guia essencial sobre o coronavírus/Covid-19 que pode ver aqui.